Sidónio
(Contribuição para a história do presidencialismo)
José Brandão
Perspectivas & Realidades, 1983
«Súcia de imbecis que somos (perdoem que o diga), súcia de feiticistas das palavras a quem as palavras bastam, súcia de adoradores do Verbo que se não fez carne nem peixe mas que se pode fazer peixe-espada, súcia de escravos vis sobre que os aventureiros trepam, às escaladas inconfessáveis e às torpezas sem nome!» (Raul Proença, Março de 1924).
Vale a pena começar qualquer livro com as palavras de um homem como Raul Proença.
Se o que Proença diz em 1924 tem ou não alguma coisa a ver com o momento presente, é problema que não se torna obrigatória e muito menos vital para a leitura do livro que está agora a ser apresentado.
Nele se pretende falar do Sidónio Pais de 1918 sem que isso signifique qualquer desprendimento em relação ao presente.
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O Dr. Sidónio Pais e a República Nova
1910-1918
Sérgio Gouveia
Lisboa, 1918
Depois da extraordinária manifestação que lhe fez a população de Caminha – sua terra natal – e ainda após os estrondosos aplausos de que foi alvo por parte do povo e da Academia de Coimbra, regressou o sr. dr. Sidónio Pais a Lisboa, e então a recepção que lhe foi feita, tocou as raias do delírio, ascendendo até ao deslumbramento de uma verdadeira apoteose, destas que não esquecem mais e que profundamente devem ter calado no ânimo de S. Ex.ª, dando-lhe a mais nítida impressão de que o país está com ele e nele vê a figura predominante da redenção da Pátria saturada de desmandos, de tiranias e de crueldades sem nome.
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
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