domingo, 26 de setembro de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 183 e 184 (José Brandão)

A Sinfonia da Morte

Carlos Loures

Âncora Editora, 2008


A Sinfonia da Morte , terceiro romance do autor, utilizando como pano de fundo o tema do Regicídio de 1908 e a escaldante situação política em Portugal na primeira década do século XX, traça-nos uma interessante trama ficcionística, onde são colocadas questões eternas, tais como a existência ou a inexistência de Deus, a prevalência (ou não) do amor sobre os interesses materiais, a vitória ou a derrota da bondade na sua luta contra a ferocidade que o homem herdou da sua condição animal. Esta obra é uma co-edição com as Edições Colibri.

Carlos Loures nasceu em 1937 em Lisboa. Entre 1958 e 1960, foi um dos organizadores da Revista Pirâmide, na qual colaboraram numerosos escritores. Com Manuel Simões, organizou uma série de antologias temáticas de poetas portugueses. Talvez um Grito (1985) e A Mão Incendiada (1995), são as suas anteriores incursões no território da ficção.

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A Situação Política

Alfredo Pimenta

Lisboa, 1918


…como o regímen republicano que é diferente da pessoa do sr. Sidónio Pais, não merece confiança á Nação, esta, nas eleições de 28 de Abril, manifestando-se como se manifestou, deu provas evidentes do seu sentir monárquico, cercando os deputados e senadores, monárquicos de uma votação bem significativa.

A situação politica só se esclarecerá definitivamente no dia em que a Nação puder responder livremente á pergunta que se lhe faça sobre as instituições politicas que prefere. Por ora, sabemos isto apenas: a Nação é conservadora, e aclama quem lhe garantir, eficazmente e honradamente, o princípio da Autoridade. Nada mais.

l0 de Maio de 1918.
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2 comentários:

  1. O livro do Carlos Loures, A Sinfonia da Morte, é um trabalho que aqui recordo com muito gosto e sem favor.

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