quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A TAP da bandeira

Luis Moreira

Os colossos do transporte aéreo afadigam-se em se juntarem em fusões de que vão resultar as quatro ou cinco companhias do futuro. A Ibéria juntou-se à British Airwais a Swissair à Lufthansa, os franceses e os italianos namoram-se mas a mais pequena de todas não se casa.

Apesar de bem gerida por uma equipa de grande experiência são incontáveis os milhões que já "voaram" na TAP. Elevam-se as vozes para a privatização, que nem é para mim o que está em jogo nem sequer é o problema do momento, a não ser a entrada de mais milhões de receita para acalmar a despesa que não cessa de crescer. O que me parece fundamental é que a TAP encontre um ou mais parceiros .

As hesitações têm a ver, na minha maneira de olhar para este resurgimento do "orgulhosamente sós", com o aeroporto, que numa fusão deixaria de ter veleidades para ser um "HUB", um aeroporto que acolhe os grandes vôos internacionais e a partir do qual, se distribui o transporte de proximidade. Jogamos uma e outra vez a carta das ligações para o Brasil e para os PALOP, mas se isso fosse suficiente, éra-o já agora e a TAP não estaria afogada em prejuízos.

O HUB é um aeroporto que exige uma dimensão e condições que custam muito dinheiro, palpita-me que a nossa proverbial demagogia sonha com altos vôos, se fossemos pragmáticos o aeroporto da Portela estaria aí para muitos anos. A ANA continua sem um caminho definido, privatizar a gestão de todos os aeroportos nacionais é solução que não agrada a muitos, especialmente a Norte e ao Centro, já apareceram publicamente a propor actividades civis nas bases militares em Beja e em Vila Real, não há um rumo, uma estratégia.

Ou há, e nós é que não a conhecemos nem a compreendemos, é o que acontece com a estratégia do "orgulhosamente sós". Vem de longe!

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