domingo, 17 de outubro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (9), por José Brandão

O Centenário da Sociedade
“A Voz do Operário”

Fernando Piteira Santos

Lisboa, 1983

Na mesma casa que em 1879 assistira ao nascimento do jornal «A Voz do Operário», num beco ali ao Menino Deus, no labirinto das ruelas populares e laboriosas da velha Lisboa, fundava-se quatro anos mais tarde, em 13 de Fevereiro de 1883, a Sociedade Cooperativa A Voz do Operário, precursora da actual Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário.

Ao cumprir-se o centenário desta instituição, que tanta importância teve na história social e cultural do Portugal contemporâneo e que continua a prosseguir uma obra digna no campo da educação infantil, da assistência social e da animação cultural e associativa, não podemos esquecer outro acontecimento significativo na vida da Voz do Operário. Nesse mesmo ano de 1883 falecia em Lisboa Custódio Braz Pacheco, figura ímpar de militante operário e entusiasta e abnegado, que à fundação do jornal e da Sociedade tanto do seu esforço dedicou.
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O Chiado Pitoresco e Elegante


Mário Costa

Lisboa, 1987

Durante largo tempo ligou-se o nome de Chiado ao nome do poeta António Ribeiro Chiado que viveu no século XVI e que teria residido por ali perto. Um belo dia, Alberto Pimentel encontrou um documento datado de 1567, mencionando um tal Gaspar Dias, de alcunha o «Chiado», como possuidor de uma taberna que se situou um pouco acima da esquina da actual rua do Carmo para a rua Garrett. Será o Chiado-poeta ou será o Chiado-taberneiro o tronco genealógico do Chiado-artéria alfacinha? Não sei ao certo e longe de mim meter-me a discutir, quer a genealogia do Chiado, quer, até, a sua maior ou menor beleza panorâmica. O que sei é que o Chiado adquiriu, entre as artérias de Lisboa, particular notoriedade. Pode São Bento ter-se convertido no símbolo da Política, o Terreiro do Paço no símbolo da Burocracia, a Rua dos Capelistas no símbolo da Finança: o Chiado alcançou o privilégio de os superar a todos porque se converteu no símbolo do Bom Tom.

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Chicago 1886 Lisboa 1986


100 Anos Por Um Dia

José Brandão

Editorial Inquérito, 1987

Cem anos do 1° de Maio são evento histórico de considerável importância mesmo num país como Portugal, onde nem sempre a presença operária e sindical se mostrou historicamente com suficiente afirmação.

Pretende-se nestas páginas rememorar alguns aspectos mais salientes da nossa história recente e com eles ilustrar, ou enquadrar, aquilo que tem sido o 1º de Maio e a história do sindicalismo em Portugal.

Mais que a descrição exaustiva de uma data anualmente revisitada, este trabalho apresenta-se com intenções que em caso algum se esgotam numa cansativa e pouco convincente cronologia do historial sindicalista.

Talvez suceda que, afinal, à falta de maior e melhor história para o nosso movimento operário e sindical, seja forçoso o recurso aos acontecimentos gerais, e, através destes, falar então da nossa história sindicalista ou daquilo que é tido como tal.

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