segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (10), por José Brandão

A Comuna de Paris e os Socialistas Portugueses


Vários

Brasília Editora, 1971

Os ecos da Comuna e a crescente importância do operariado e outros trabalhadores como força social e política, produziram no país um esforço organizativo enorme, ao mesmo tempo que as primitivas associações operárias ganhavam um novo conteúdo de luta; esse esforço haveria de produzir o florescimento de uma imprensa operária em número e qualidades apreciáveis, cuja inventariação está totalmente por realizar e a criação de numerosas associações operárias, algumas de índole federativa, cuja acção logo se fez sentir em 1872 durante as greves que se produziram em muitos pontos do país.

A Fraternidade Operária, animada por esse extraordinário e quase desconhecido José Fontana, tornou-se um poderoso instrumento de agitação, propaganda e organização e, no Congresso da Internacional em Haia, já o operariado português está representado por Paul Lafargue, genro de Marx.
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Concepção Anarquista do Sindicalismo


Neno Vasco

Afrontamento, 1984

Este ensaio publicado em 1923 constitui «uma das poucas obras teóricas de fôlego produzida por anarquistas portugueses. Em seguida, no impacto directo ou nas consequências a mais longo prazo que a sua aparição possa ter tido no meio social português e em particular no movimento operário. Disso procuraremos dar conta nesta introdução, situando a obra e o autor no contexto do seu tempo.

A arquitectura do texto inclui as principais questões levantadas pelo sindicalismo, como movimento, e pelo anarquismo, como ideologia, bem como as relações entre ambos, e ainda alguns destes problemas colocados, não já nas condições da sociedade capitalista, mas no processo de transformação social acelerada que então se designava comumente por revolução social»

(João Freire, na Introdução)
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As Conferências do Casino e o Socialismo em Portugal

João Medina



Publicações Dom Quixote, 1984



Se optámos por um eixo mais largo e, em certa medida, mais englobante porque mais abstracto, é porque quase toda a acção destes moços converge para este «ismo» como palavra-síntese do seu ideário e do seu escopo prático, mais do que da ideia de República, demasiadamente conotada com fórmulas profanas ou regimes concretos. Republicanos são quase todos eles, os moços de 71, mas são sobretudo fiéis ao socialismo, e nesse preciso vector muitos se hão-de afirmar ou reafirmar, mesmo quando, como Fuschini, ingressarem no «establishment» da Realeza; ou seja, como o diria Antero num dos seus mais belos textos, publicado a propósito do atabalhoado advento da República em Espanha, em 1873, na revista lusa da I Internacional o Pensamento Social, já lá iam os tempos em que «bastava uma palavra brilhante para entusiasmar e fascinar o povo trabalhador…».
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