Texto de Luís Moreira e
Fotografia de José Magalhães
O nevoeiro desceu, escondeu-se entre os fantasmas que ainda agora estavam ali.
Ganhamos os olhos de uma criança,tudo pode ser tudo, ainda agora estava ao colo de minha mãe e não tinha medo do que ali se escondia. Ouço o vento, e o silêncio, as vozes dos que não têm voz, as penas dos que se lamentam, as almas dos que não têm sossego. Tudo se revela afinal no nevoeiro que se abateu sobre os meus medos, não esconde, mostra, assim os meus sejam os olhos de uma criança.
Envolve tudo num abraço suave mas implacável, não se sabe se é um abraço de protecção se de momentânea fúria, escorre mais do que se abate,sem perder a compostura ali fica, até que pelas mesmas razões ignoradas nos deixa, sem uma explicação, sem um queixume, é como chegar e ir embora seja a sua única natureza.
E tudo e todos voltam à vida, é como um interregno que voltará quando, sem razão, nos vier abraçar.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
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Belo texto, Luís. E bela foto do José de Magalhães.
ResponderEliminarObrigado, Augusta. És imprescindível neste blogue. Escreves maravilhosamente e és como o cimento que tudo une.Não te conheço mas gosto muito de ti.Bjs.
ResponderEliminarObrigada, Luís. Espero que chegue o dia em que nos vamos conhecer todos. Não gosto nada de ter amigos que não conheço pessoalmente. E ainda estás na China ou não?
ResponderEliminarJá cheguei hoje. Viagem infernal de 24 horas. Cada vez gosto mais de Portugal à medida que conheço o mundo. Com excepção do mar da Grécia e das mulheres da Hungria temos cá a mais maravilhosa natureza que Deus tinha em reserva...
ResponderEliminarQueres dizer: atirando as mulheres fora e o mar, ou as mulheres ao mar, Portugal é o melhor que há. Muito bem!
ResponderEliminarJá sei que o Carlos me vai bater
Não, quero dizer que o mar da Grécia e as mulheres da Hungria eram as duas únicas coisas que talvez tivessem cá lugar...
ResponderEliminarò Luís, na reserva de Deus para Portugal, esqueceste-te da Cova da Moura.
ResponderEliminarIsso, mesmo assim, está longe dos infernos que visitei e julgava não existirem. Não fui lá ,à China ,para ver os prédios Ocidentais...
ResponderEliminarAcredito plenamente. A economia chinesa cresce com base numa exploração intensiva e desumana da mão-de-obra. Quase se pode falar de esclavagismo. Embora os escravos, em certas civilizações, fossem bastante bem tratados.
ResponderEliminarA maneira como os pobres de Xangai foram corridos para colocarem lá aqueles edifícios ultra foi abaixo de esclavagismo.
ResponderEliminarBem, eu escrevi um comentário ontem à noite. Como outros que de vez em quando escrevo, não aparece. Fugiu para parte incerta... :o(
ResponderEliminarBrincava também com o mar da Grécia e com as mulheres Húngaras. Perdeu já a actualidade.
Resta-me, Luís, voltar a dar-te as boas vindas, de regresso das terras do Oriente, e voltar a agradecer-te o belo texto que escreveste para a minha fotografia.