António Mão de Ferro
Por muito estranho que pareça e por muito más que a pessoa tenha achado as diferentes fases da vida, é normal falar delas, especialmente aos mais novos e dizer que no seu tempo é que era bom: respeitavam-se os valores, era-se mais feliz, a autoridade era respeitada, as regras eram mais claras e a escola é sempre recordada com agrado, amargura ou saudade, mas sempre com emoção.
Isso explica em parte o facto de haver quem dirija apelos aos sectores que antes desprezava. Isto é tanto mais notório quando os valores a que a pessoa se habituou, vacilam e quanto mais ela vir os pilares em que eles assentam tombarem. Quando assim acontece, procura encontrar portos de abrigo onde possa atracar.
Em períodos de insegurança não é raro, o refúgio no passado e ter-se visões que apontam para o desmoronamento e considerar que as ideias fundamentais em que assenta a sociedade actual estão caóticas. Daí argumentar-se que se raciocina cada vez menos e que se está a atingir um ponto em que começa a haver um convencimento de que não vale a pena agir, porque fazê-lo é o mesmo que conduzir um carro velho e ainda por cima travado!
Não se nega a importância do passado, mas a ânsia de comparar tudo com as experiências anteriores e julgar tudo á luz dos seus valores pode impedir que se faça uma análise coerente do aqui e agora e se verifique que existe uma grande necessidade de ação . Necessita-se de raciocínios claros para que tenhamos organizações com regras, disciplina, capacidade de previsão do futuro, que restituam o sonho e a ilusão e transformem as ideias em actos
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
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Estou inteiramente de acordo. Pensar no futuro para os que nos sucederem, e para nós enquanto cá andarmos, é a grande tarefa a desempenhar, embora sem deitar para o lixo algumas coisas que funcionavam e agora não. Se tivessemos deixado alguns complexos de lado, e sendo absolutamente honestos,talvez o nosso ensino não tivesse baixado de qualidade como aconteceu.
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