sábado, 27 de novembro de 2010
25 de Novembro, há 500 anos - Afonso de Albuquerque conquista de Goa, 1510
António Marques
Afonso de Albuquerque forma uma poderosa armada, reunindo vinte e três naus e 1200 homens. Relatos contemporâneos afirmam que pretendia combater a frota mameluca egípcia no Mar Vermelho ou regressar a Ormuz. Contudo, informado de que seria mais fácil encontrá-la em Goa, onde se havia refugiado após a Batalha de Diu, dada a doença do sultão Hidalcão e a guerra entre os sultanatos do Decão, investiu de surpresa na captura de Goa ao sultanato de Bijapur. Cumpriu assim outra missão do reino, que não pretendia ser visto como eterno "hóspede" de Cochim e cobiçava Goa por ser o melhor porto comercial da região.
A primeira investida a Goa dera-se entre 4 de Março e 20 de Maio de 1510. Numa primeira ocupação, sentindo-se impossibilitado de segurar a cidade dadas as más condições das suas fortificações, Afonso de Albuqerque recusou um vantajoso acordo de paz e abandonou-a em Agosto.
Apenas três meses depois, a 25 de Novembro, Albuquerque reapareceu em Goa com uma frota totalmente renovada e, em menos de um dia, tomou a cidade a Ismail Adil Shah e seus aliados otomanos. Estima-se que 6.000 dos 9.000 defensores muçulmanos da cidade morreram, quer na violenta batalha nas ruas ou afogados enquanto tentavam escapar.
Apesar de ataques constantes, Goa tornou-se o centro da presença portuguesa, com a conquista a desencadear o respeito dos reinos vizinhos: o sultão de Guzerate e o samorim de Calecute enviaram embaixadas, oferecendo alianças, concessões e locais para fortificar.
Albuquerque iniciou nesse ano em Goa a primeira cunhagem de moeda portuguesa fora do reino, aproveitando a oportunidade para anunciar a conquista territorial.
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Esta chacina que se sabe ter acontecido na conquista de Goa, para mim, é uma das páginas negras da nossa História. Não consigo achar-lhe nada de glorioso.
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