quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Autores Fundadores da Antropologia, por Raúl Iturra

Lewis Henry Morgan




Lewis Henry Morgan (Rochester, 21 de Novembro de 1818 – 17 de Dezembro de 1881) foi um antropólogo, etnólogo e escritor norte-americano. Considerado um dos fundadores da antropologia moderna, fez pesquisa de campo entre os iroqueses, de onde retirou material para sua reflexão sobre cultura e sociedade. O seu mais afamado livro, o mais importante para a moderna Antropologia com trabalho de campo é: Ancient Society by Lewis H. Morgan 1877 (texto integral, em inglês). O título do livro é uma ligação para a obra, motivo pelo que está em azul.

Morgan nasceu em 1818 no estado norte-americano de Nova Iorque. Cursou Direito no Union College, tendo exercido a profissão de advogado por algum tempo em Aurora e Rochester. Envolveu-se com política, filiando-se ao Partido Republicano; foi deputado e depois senador. Foi quando se interessou por antropologia e pelas questões ligadas aos iroqueses.

Entre seus estudos destaca-se o do parentesco, no qual Morgan tenta estabelecer conexões de sistemas de parentesco em escala global (Systems of Consanguinity and Affinity of the Human Family, 1871); e o estudo sobre a evolução das sociedades humanas consagrado em Ancient Society (1877), no qual distingue três estados de evolução da humanidade: selvajaria, barbárie e civilização.

Outra obra importante dele é: A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado O título do texto é uma ligação para a obra completa.

A sua forma de trabalhar passou a ser um modelo para muitos de nós. Motivo pelo qual nos denominamos etnógrafos, ao estudar aos seres humanos no seu sítio de residência. Para poupar espaço, remeto o texto para o meu artigo do livro organizado por José Fernando Madureira Pinto e Augusto Santos Silva: Metodologia das Ciências Sociais, 1ª edição de 1896. Meu texto tem por título Trabalho de Campo e Observação Participante em Antropologia, pp. 149-159 – O livro tem sido editado pela oitava vez em 2007.
Esta forma de observação no sítio dos acontecimentos, as histórias de vida recolhidas, os diários de campo usados para não esquecer conversas cumpridas, passadas a seguir para um diário de campo mais formal, escrito com calma durante duas ou três horas e arquivado para não esquecer informações, actividades, genealogias ouvidas enquanto se trabalha e observações vistas e ouvidas em silêncio, todo transferido as esse diário escrito a máquina antigamente e, a seguir, em computador, quando apareceu em Portugal nos anos 90 – Jack Goody e eu trabalhávamos em máquina de escrever – levaram a Edmund Leach a uma séria repreensão no seu livro de 1976: Culture and Communication. The logic by which symbols are connected a classificar o exercício da nossa ciência entre empiristas e racionalistas. Os primeiros, éramos académicos como Jack Goody, Meyer Fortes, Lucy Mair, Audry Richads, Reo Fortune, Gregory Bateson, Raymond Firth e eu e os seus discípulos; de certeza Morgan deve-se contar entre estes; os segundos, liderados por Edmund Leach, não iam a terreno: liam arquivos, ou aparecia esporadicamente para ouvir mitos e realizar uma recolecção genealogias como ele tinha feito muito novo, na sua fazenda de Birmânia em 1954, que acabou por ser a sua tese de doutoramento e um livro: Political Systems og Highland Burma, G.Bell & Sons Editores, Londres. Culture and Communication está comigo, editado pela Cambridge University Press, bem como referido com comentários em todas as entradas Internet da página web:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Edmund+Leach+Culture+and+Communication&btnG=Pesquisa+do+Google&meta=&aq=f&oq=Edmund+Leach+.
Há versão portuguesa em Edições 70, Lisboa, de 1992

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