Poema de Paulo Melo Lopes e
Fotografia de José Magalhães
Nunca quis morrer num sábado ao sol
. Digo: asas de vento
(a memória da tua voz
: encontramo-nos na foz, na rocha escondida); e
a paz das palavras, deixa que te conte: sossega
acalma amorna abraça abranda. Digo: há
velocidades mais absolutas talvez que
as do movimento interno das asas: asas
dentro no corpo como bichos roendo
a pele, roendo o sangue, berrando à
saída. Digo: não morrerei num sábado ao sol.
E a certeza interna dos prazos menores da
vida esconde-se atrás da pedra dura rija
fria: digo: soubesse eu das asas do vento
carinhoso sobre a pele sobre a pele sabendo da pele.
Um mar passa longo, e dentro das vagas a memória desmaia.
Digo: há portas talvez mais velozes pelo movimento interno das asas
para o céu; e o movimento é este:
~~~~~~.
Belo poema, escrita límpida, imagens luminosas.
ResponderEliminarBelo átrio para o teu livro. Parabéns, Paulo.
Belíssimo. E mais um feliz casamento das imagens do Zé com as palavras de outros.
ResponderEliminarLindíssimo. Obrigado Paulo Melo Lopes
ResponderEliminarÉ uma imagem fantástica, sozinha conta uma história e escreve poesia sem letras.
ResponderEliminarBelíssimo!
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