domingo, 21 de novembro de 2010

O Filme - cópia certificada



Luis Moreira

Os nossos "beligerantes" Adão e Carlos têm que ver este fime, tão simples, tão belo, com meia dúzia de personagens e um diálogo tão rico e imagens tão belas.

Vês este quadro, até há 50 anos atrás milhares de pessoas vieram vê-lo, uma obra prima que arrancava emoções profundas nos visitantes do museu. Agora descobriu-se que é uma cópia, ou melhor, descobriu-se o original,será que a cópia deixou de arrancar emoções aos visitantes? Qual é a obra de arte? É o que está ali no quadro ou o que cada um de nós vê nela?

Vês aquela estátua ali defronte, um homem e uma mulher abraçados, ela com um sorriso de felicidade a inundar-lhe o rosto enquanto repousa a cabeça, docemente, no ombro do homem? Pergunta aqui a este casal que ainda agora tão bem descrevia a cena. Bem, não foi bem isso que disse, recorde, foi mesmo agora, o que vê na estátua? Pois, diz , a força convincente do homem que oferece abrigo....

É tudo tão simples e nós tornamos tudo tão complexo, uma criança diz "vamos todos morrer mais tarde ou mais cedo" e, todos nós, o mandamos calar, mas se for um filósofo a dizer a mesma frase, colocamos uma lápide no seu sepulcro. É tudo tão simples...

Foste tu que casaste comigo há quinze anos e foste embora, estás ausente das nossas vidas, ou és tu que sempre faltaste, que deverias ter sido o pai do meu filho? Só quero que me abraces, vais ver que tudo volta a ser simples, a vida é dos simples, de quem se contenta com tudo o que gosta e que luta para ter tudo o que gosta...sim, eu sei, tu só te queres a ti, o teu comboio parte às 9 horas...

E, eu, não seria tudo tão simples, se ao entardecer comprasse o bilhete, me emociona-se com um filme tão belo e não vie-se de lá com um aperto no coração por causa da Juliette Binoche?

2 comentários:

  1. Não vou perder esse filme. Ontem estive a ver outro belíssimo filme com a Juliette Binoche com 21 anos: "Encontro (Rendez-vous)" do André Téchiné, que nunca tinha visto.

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  2. Também já vi o filme.

    Na realidade trata-se daqueles filmes em que se sai e, durante horas, se fica a falar sobre o que acabámos de ver.

    Tudo gira á volta da diferença "que não existe" entre o original e a cópia a verdade e a ficção. A verdade é o que os nossos olhos julgam ver e o que querem ver

    Luis Rocha

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