sábado, 13 de novembro de 2010

Poemas do ser e não ser

Adão Cruz
Não vai dar ao mar o rio de lágrimas caladas nascido de bocas fechadas e olhares distantes.

Quedou-se a vida um momento entre o suspiro e o espanto.

Para lá da muralha feita de vidro e de tempo, grande como a amargura, o sonho ganhou figura em forma de aparição resplandecente do sol da tarde ainda ardente.

No rosto de sempre do outro lado da estrada frente ao rio que vai dar ao mar nem a dimensão do meu grito fez o silêncio calar.

Fugaz doçura sorriso breve, ninguém sabe cantar a canção que eu ouvia.

E tudo não passava de nada! Era um violino a chorar no rosto de sempre do outro lado da estrada frente ao rio que vai dar ao mar.

(ilustração porm. Adão Cruz)

9 comentários:

  1. existe o mar que me toca tão leve como os teus poemas, Adão. Caminho que descobres por dentro, doce.

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  2. Ora aqui está um belo poema. Tão tocante como a brisa que desliza na pele suave e cala fundo, no mundo dos sentimentos. Nem precisa de rima porque a suavidade está lá toda. Parabens.

    paxiano

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  3. A ambos o meu obrigado por tão suave e profundo estímulo

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  4. As palavras não exprimem nada perante o que sinto com os teus poemas, especialmente com alguns, como é o caso deste. Esse som do violino toca mesmo cá dentro. Um beijinho

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  5. Para ti também Augusta

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  6. É bom saber que existe aluém que é capaz de alargar as fronteiras do nosso pequeno universo.

    Parabens por ser o Ser humano que é.

    paxiano

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  7. Muito grato Paxiano, já me sinto orgulhoso sempre que vejo um comentário teu. Tratemo-nos por tu.

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  8. Que não seja por isso!

    Mas há poesia e poesias, aquela que nos toca e outra que é vazia. Creio que temos algo de comum, adivinha lá!
    Leio sempre os teus poemas cheios de luz e sombras. Comparados, os meus, ficam na penumbra
    É bom saber que há mais mundo. paxiano

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  9. E gente não tem medo de se identificar. Charadas é o que há mais neste mundo.

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