Eva Cruz
Sementes de água
gotas de trigo no chão duro
cresce o pão mal repartido.
Ergue-se o punho erguido
de Homens Inteiros
poetas do trigo
na fome da Revolução.
Ceifeira da noite
com medo do dia
semeia a morte
mais pobre a seara.
Ceifeiras do dia
foices vermelhas
cantares de esperança
não deixam a morte
matar a seara.
Sementes de água
gotas de trigo
não morre a seara
não morrem os Homens
os Homens Inteiros
poetas do trigo repartido.
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