domingo, 14 de novembro de 2010

Poetas do trigo



Eva Cruz


Sementes de água
gotas de trigo no chão duro
cresce o pão mal repartido.

Ergue-se o punho erguido
de Homens Inteiros
poetas do trigo
na fome da Revolução.

Ceifeira da noite
com medo do dia
semeia a morte
mais pobre a seara.
Ceifeiras do dia
foices vermelhas
cantares de esperança
não deixam a morte
matar a seara.

Sementes de água
gotas de trigo
não morre a seara
não morrem os Homens
os Homens Inteiros
poetas do trigo repartido.


(Ilustração de Adão Cruz)

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