Luis Moreira
São coordenadores Luis Valadares Tavares, Abel Mateus e Francisco Saarsfiel Cabral, economistas que reunem num livro(Reformar Portugal - Estratégias de Mudança) o muito que já se sabe que é preciso fazer mas que os vários governos não realizam. Porquê? Porque o Estado está há séculos amordaçado pelas corporações poderosas que não deixam mexer nada. Mas leiam:
"Passaram séculos e é hoje chocante a verificação do pouco que portugal mudou durante este período, com os mesmos erros serem repetidos vezes sem conta e em que o Poder do Estado é usado para impedir a sociedade, nomeadamente os agentes económicos, de se organizarem de forma sustentada e aproveitarem as novas oportunidades, que os diferentes tempos foram propiciando.
Que melhor exemplo do que o condicionamento industrial de António Salazar? Ou a política nacional de saber ler,escrever e contar, durante o mesmo período? Ou as nacionalizações após o 25 de Abril? Ou as dificuldades criadas à indústria exportadora nacional, pela política de valorização do escudo de Cavaco Silva? Ou o fim de uma longa tradição de artes e ofícios, com a morte do ensino profissional?
Em portugal a existência de um estado central poderoso , por vezes déspota, quase sempre ignorante e indisciplinado, mas suficientemente hábil para se servir a si próprio e para permitir, ao mesmo tempo, a satisfação dos interesses dos grupos sociais mais poderosos, sempre impediu, ao longo dos séculos, a diversificação da economia, da mesma forma que evitou crises necessárias e mudanças renovadoras, no momento em que estas teriam sido úteis. A descolonização feita tarde e a más horas é outro exemplo recente."
E quanto aos nossos empresários, à sua qualidade, à sua renúncia ao risco, sem conhecimentos de gestão, cujas empresas fogem dos impostos e caminham sem estratégia? A verdade é que em Portugal existiam em 1999, 259 641 empresas,logo muitos arriscam, a não ser assim não existiriam aquelas empresas, cheias de problemas burocráticos levantados pelo estado, muitas delas concorrem nos mercados internacionais com sucesso.
A verdade é que representam 60% do PIB, 70% das exportações e 80% do emprego! Já algum de nós deu conta que são uma prioridade para o governo seja ele qual for? E porque é que os portugueses têm sucesso lá fora? E porque é que as empresas estrangeiras passam a vida a queixar-se dos constrangimentos impostos pelo estado, embora tendo capacidades muito diferentes para os tornear porque são empresas multicionais?
Trata-se de criar riqueza, é esse a mãe de todos os problemas! E quem cria riqueza é a iniciativa privada, os cidadãos com coragem para arriscar e prosseguir objectivos, bens e serviços que se vendem na exportação e substituem importações. E, como se vê, pelos últimos dados, é a exportação das PMEs que está a puxar pela economia, com grande júbilo do governo que até há dois meses atrás apostava nas grandes obras públicas.
Enquanto o estado for esta pessoa de "má - fé", incompetente, anafado e gastador o país não sairá da miséria. Um Estado que tem como objectivo encher o país de funcionários!
Não resisto a contar-vos uma história passada comigo em Manchester, no Reino Unido. Numa reunião com empresários Ingleses interessados em vir para Portugal para aproveitar a modernização do nosso parque hospitalar, então em grande força, um dos empresários, pediu a palavra para dizer. Meus senhores, eu já investi em Portugal.Tive um problema empresarial que me obrigou a recorrer aos Tribunais. Meti a acção há cinco anos e, desde então, que estou à espera de uma comunicação do tribunal. Nunca recebi resposta nenhuma.É assim que se trabalha em Portugal. Boa tarde e muito obrigado! Saíu pela porta fora.
As poderosas corporações que mandam no estado, que não reportam a ninguém, que não são avaliadas, em que ganham todos o mesmo sem que se aprecie o mérito, são os inimigos da modernização do nosso país.
O igualitarismo empurra os estados para a mediocridade, nunca se nivela por cima, nivela-se por baixo, chegamos todos ao topo da carreira, como se o trabalho fosse igual e os resultados os mesmos. Não são! E, depois, aparecem uns senhores que ganham mais que o Governador do Banco Central dos Estados Unidos! No meio da bagunça "uns são mais iguais que outros"!
E a questão, quanto à dívida, é a capacidade de a pagar,países que crescem, sistematicamente, a 4% não têm o mesmo problema de outros que, como o nosso, cresce abaixo dos 1% e, nos últimos cinco anos, a taxa de crescimento acumulada foi mesmo negativa..
Pagamos a dívida, empobrecendo.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário