quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sempre Galiza! – coordenação de Pedro Godinho: Síntese do reintegracionismo contemporâneo (11), por Carlos Durão


Síntese do reintegracionismo contemporâneo (11)
   por Carlos Durão

(continuação)

A reação cívica

Constitui-se em 1980 a Associação de Amizade Galiza-Portugal, inscrita na “Área de Asociaciones” do Ministério do Interior”; fundada em 17 maio 1980, legalizada em 20 outubro (Ministerio del Interior, DGPI, Ofício de 20 outubro 1980; na Rede: www.lusografia.org/amizadegp); no Art. 2 dos Estatutos, Regulamento de Regime Interno do Instituto de Estudos Luso-Galaicos, diz que “terá como fim fundamental fomentar as relações culturais entre a Galiza e Portugal, por ser dois Povos da mesma área cultural, linguística e literária, com interesses comuns” (Boletim Hífen, no 7, 1994); foi a sua primeira presidenta Pilar Vázquez Cuesta, autora, com Mª A. Mendes da Luz, de uma Gramática portuguesa na que tratava o galego como variante do português (Editorial Gredos, Madrid, 1971); depois J.L. Fontenla Rodrigues e mais tarde X. Vilhar Trilho. Publica o Boletim bimensal Hífen (1993/95), que emprega as denominações “galego-português” e “português da Galiza” para se referir à língua da Galiza; denuncia a repressão da Junta da Galiza contra os professores reintegracionistas e em geral a política linguística da Junta; publica uma Petição de Amizade ao Parlamento Europeu: “O idioma galego é já língua oficial na Europa”, março 1992; trabalhos de pesquisa lexicográfica, etc., também documentação, investigação e divulgação nos Cadernos do Instituto de Estudos Luso-Galaicos, criado em 1993, no seio da AAG-P. (A Junta de Governo do IEL-G estava composta por A. Gil Hernández (Presidente), X. Vilhar Trilho (Vice-Presidente), Á. Vidal Boução (Secretário), J. Sánchez Sobrado (Vice-Secretário), Â. Cristóvão Angueira (Tesoureiro); e M. Herrero Valeiro, J.A. Lozano Garcia, S. Mourelo Peres e J. Sánchez Loira (Vogais)). Publica comunicações suprimidas das Actas do III Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza (1990), como “Considerações sobre o uso do til no português da Galiza”, de M. Cupeiro Frade (setembro 1993) (anteriormente rejeitado pela revista Agália em junho 1990), “Medição de variáveis: competência e uso linguístico” de Â. Cristóvão Angueira (1994), “A substituição linguística na lusofonia europeia” de Â.J. Brea Hernández (1994), “A ‘velhice’ na lógica social galega” de A. Fernandes Malde (1994) (uma redação inicial fora apresentada ao Congresso, mas não publicada), “A/s literatura/s lusófona/s” de I. Rodrigues Aldrei, e “Do galaicoportuguês à lusofonia” de J.L. Fontenla. Realiza os Seminários de Políticas Linguísticas na USC, o I em novembro 2003, II em novembro 2004, III em março 2006. Colabora com outras organizações reintegracionistas e participa em colóquios e simpósios como o V Colóquio Anual da Lusofonia 2006, Bragança (recolhido em Galiza: Berço da Lusofonia, Actas do V Colóquio, Arcosonline, http://www.arcosonline.com/; tb nos anos seguintes) e a Semana da Galiza em Braga, 2006.

Pilar Vázquez Cuesta considerava “descabelada” a proposta de R. Lapa e opinava que Curros ultrapassara o poema anteriano Zara na sua “tradução” galega (1968, 20: 149-161); “[a] actual ortografia portuguesa [...], tal como é, non serve para o galego debido ás grandes diferéncias fonéticas que os separan” (1983.1985, I: 130-131); “e agora digo: o reintegracionismo é o máximo inimigo das boas relações entre Portugal e a Galiza” (2002, 71/72: 118).

(continua)

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