sábado, 25 de dezembro de 2010

Debates presidenciais - Cavaco Silva / Francisco Lopes - Alegre/Nobre

Luis Moreira


Cavaco Silva sentiu-se cercado. O passado pesa e quem está há 20 anos na política e 15 anos em posições de grande relevo tem dificuldade em sacudir a água do capote. A verdade é que a par de obra feita, há muita coisa que Cavaco fez e fez mal, como se vê agora ao fim deste tempo todo, como as parcerias público/ privadas que iniciou e como desarticulou a agricultura e as pescas a troco dos subsídios de Bruxelas.


Mas também é verdade que trouxe para cá a Autoeuropa, uma das principais, senão mesmo a principal exportadora,, que é líder de um cluster de quase 70 empresas fornecedoras portuguesas e que dá lições todos os dias de empreendorismo e sensatez, mostrando que quando o Estado, os sindicatos e as leis absurdas laborais, ficam à porta, conseguimos ter uma empresa que é das mais competitivas do universo mundial das empresas da volkswagen.


Francisco Lopes deu voz a todos os comunistas que têm em Cavaco um exemplo de político liberal que acredita em tudo o que o PCP combate, e não largou a presa, filou-a, não fazendo mais estragos porque Cavaco é um mestre em passar por cima da rama sem fazer barulho.


Alegre/Nobre
Nobre esteve ao ataque, Alegre não gostou, tal como Cavaco Silva não gostou do discurso de Francisco Lopes, quem teve resposabilidades políticas tem responsabilidades na presente situação mas, isso é dificil de engolir, embora não possa ser de outra maneira.


Há barreiras na sociedade portuguesa que é preciso derrubar, diz Nobre, os 300 000 velhos que ganham 300 euros de reforma, os jovens que não têm emprego, é uma vergonha que 37 anos após o 25 de Abril estas situações se mantenham. Uma flagantre injustiça entre os que mais ganham e os restantes trabalhadores.



Alegre diz que todos têm responsabilidades uns mais outros menos, e aqui dirigiu uma saudação ao seu (suposto) adversário Francisco Lopes que na véspera tinha acossado Cavaco com as responsabilidades de quem está há 20 anos na política.
lembrou ser um homem que pensa pela sua própria cabeça e que votou muitas vezes contra o seu próprio partido, esteve na origem do SNS e da Constituição....


Nobre clama pela sociedade civil, diz que não há motivo para ter medo, para votar contra os que nos desgovernam, os partidos já tiveram muitas oportunidades e a situação é esta de plano inclinado para a miséria. Não tenham medo, lutem pelos vossos ideais , já sabemos que os mesmos de sempre com as mesmas políticas vamos ter mais do mesmo.


Só por isto já teria valido a pena Nobre ter-se candidatado, chega uma voz de fora dos aparelhos partidários e está a fazer mossa, a democracia não se esgota nos partidos. Sem uma sociedade civil forte o país não tem saída entalado como está entre o estatismo e as corporações.


Eu voto em Fernando Nobre!





Moura zurze Cavaco


Moura andava há muito para lhe dizer tudo o que lhe disse, aliás todos os socialistas e comunistas andam há muito para confrontar Cavaco com várias coisas. Primeiro com os seus ex-ministros que sacaram o BPN, como se Cavaco tivesse alguma coisa a ver com a vida profissional dos seus amigos e/ou ex-ministros; depois não compreendem como é que o povo estúpido lhe dá uma e outra vez a maioria dos votos; e aquela pose de quem está acima dos outros tira-os do sério...


Cavaco Silva que tem destes debates uma visão de que se tratam de uma conversa em que os seus adversários amocham, porque tudo isto não é mais do que formalismo, há que manter a dignidade da função, fica pior que estragado com esta gincana, para ele isto é só um espectáculo indecoroso, sabe para onde vai e qual o caminho mas não diz porque deixou o país chegar a isto...


Curioso é que Alegre andou tambem perto," se você sabe tanto, tem tanta experiência e é professor de finanças públicas como deixou o país chegar a esta situação?" Má, suponho, só falta perguntar (eu julgo que é a única pergunta cuja resposta vale a pena conhecer) é," se for reeleito, demite ou não o governo"? Espera que o CDS apresente uma moção de censura? Espera que a execução do orçamento do primeiro trimestre de 2011 seja um desastre igual ao de 2010?


Numa palavra já se perceberam várias coisas: Cavaco ganha à primeira volta; os eleitores votam nele porque querem que ele acabe com "isto"; Alegre e Moura mal Cavaco seja reeleito mudam o discurso exigindo que Cavaco seja isento e imparcial, leia-se não demita o governo; e Cavaco espera que alguem lhe tire as castanhas do lume como habitualmente.


Nobre vai subindo, mas não chega, embora eu vote nele!

1 comentário:

  1. Bem... se o candidato Cavaco tiver o Presidente Cavaco a segurar a não redução dos subsídios às instituições (até dá para esquecer a tal outra da nova lei do casamento civil) Temos toda a nobreza celeste a fazer campanha e ... a votar na continuidade.
    Eu voto Francisco Lopes

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