coordenação de Pedro Godinho
Síntese do reintegracionismo contemporâneo (31)
por Carlos Durão
(continuação)
2003: Comunicado conjunto de diversas entidades culturais, «A reforma ortográfica e a língua na Galiza», em defesa da unidade da língua. - 2004: «Proposta de reforma do Estatuto de Autonomia da Galiza», de modo a garantir os direitos linguísticos dos cidadãos (http://www.proposta2004.tk//).
2004: Representação conjunta da Galiza (com o MDL e AGAL) no Foro Social Europeu de Londres, em que se expôs a situação da língua na Galiza. Comunicado conjunto de AAG-P, MDL e AGAL para o Foro Social Europeu, o terceiro, em Londres, março de 2004, com participação do grupo “Galegos de Londres” (galegosdelondres@yahoogroups.com), que se organizara como grupo de trabalho para colaborar em ações de protesto depois do afundimento do navio Prestige.
2005: «Petição ao Parlamento Europeu» (http://www.peticao-pe.tk) em defesa da unidade da língua, assinado por AAG-P e MDL, 4 de novembro, em que se solicita «Que as instituições europeias se abstenham de promover a segregação linguística das minorias nacionais, e seja reafirmada a unidade da língua portuguesa, nacional ou oficial na Galiza, Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor Lorosae». Em 1 de janeiro de 2006 a RTP emitiu, durante o «Jornal da Tarde», uma reportagem de 8 minutos sobre esta campanha -em que trabalham as entidades promotoras, AAG-P e MDL. (O vídeo é acessível na excelente página da internet do professor Celso Álvarez Cáccamo:
A Petição ao Parlamento Europeu, campanha que continua activa, já tem dado o seu primeiro fruto: a Comissão admitiu a petição e, sem pronunciar-se sobre o fundo da questão, transmitiu-a à Comissão de Cultura, que a deve ter em conta para a elaboração das suas políticas. O primeiro parágrafo desta petição diz o seguinte: “1. A língua da Galiza, ou galego, sob o nome de português, já é língua oficial do Parlamento Europeu, e os cidadãos espanhóis lusófonos que se reconheçam como tais podem usá-la nas instituições europeias. Um claro exemplo é o representado pelos ex-deputados galegos que, durante as anteriores legislaturas, decidiram usar, oralmente e por escrito, a língua da Galiza nas suas intervenções: os Sres. José Posada e Camilo Nogueira (ver: http://www.empresas.mundo-r.com/31088W0001/language.htm), que falaram e escreveram habitualmente o português com sotaque e léxico da Galiza, foram traduzidos para as outras línguas pelos funcionários que no Parlamento Europeu realizam traduções da língua portuguesa. Em consequência, os representantes europeus dos estados espanhol e português têm a obriga, por respeito aos seus respetivos cidadãos, de chegar a um acordo sobre os usos do português nas instituições europeias”.
2006: V Colóquio Anual da Lusofonia, outubro; sob o título «Do Reino da Galiza até aos nossos dias: a língua portuguesa na Galiza». Os Colóquios Anuais da Lusofonia são organizados por Chrys Christello na cidade de Bragança.
2007: cria-se em 1 de dezembro a Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa: Presidente da Pró-AGLP: Ângelo Cristóvão; Vice-Presidenta: Concha Rousia; Tesoureira: Isabel Rei; Secretário: António Gil; Vogais: Martinho Montero (2006), Luís Gonçales Blasco (Foz), Ernesto Vázquez Souza, Francisco Paradelo, Rudesindo Soutelo, Luís F. Figueiroa. Na Rede http://www.aglp.net/.
2008: Representantes da AGAL, da pró-AGLP, da AAG-P e do MDL participam em 7 de abril numa Conferência Internacional na Assembleia da República portuguesa. A Conferência Internacional/Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi organizada pela Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República e contou com representantes de diversas instituições, entre as quais uma delegação galega. Intervieram o presidente da AGAL, Alexandre Banhos (que apresentou uma posição conjunta das Entidades Lusófonas Galegas assinada pela AGAL, a AAG-P, a Pró-AGLP, a ASPG-P e o MDL), e o presidente da Pró-AGLP, Ângelo Cristóvão (com um comunicado a respeito da posição galega e o papel da futura Academia Galega da Língua Portuguesa; na Rede: http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=0&Itemid=31&limit=6&limitstart=30).
A Academia Galega da Língua Portuguesa foi constituída em 20 de setembro de 2008; foi eleito presidente o professor Dr José-Martinho Montero Santalha; realizou-se a Sessão Inaugural no Centro Galego de Arte Contemporânea, o dia 6 de outubro, em Santiago de Compostela. Tem como objetivos promover o estudo da Língua da Galiza para que o processo da sua normalização e naturalização seja congruente com os usos que vigoram no conjunto da Lusofonia, e integrar o pensamento galego no âmbito da Lusofonia através do relacionamento com outras instituições semelhantes, galegas e lusófonas. Publica um Boletim, com Anexos (o 1o: “Galiza: Língua e Sociedade”, abril 2009; 2o novembro, 3o abril 2010), um DVD, uma coleção de Clássicos Galegos (o primeiro: “Cantares Galegos”, de Rosália de Castro), um Léxico da Galiza (incluído no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora), assinou protocolos (p.ex. para a inclusão da variedade galega no FLiP8 da Priberam: http://www.flip.pt/FLiPOnline/Vocabulário/tabid/577/Default.aspx), etc. (vide sessão inaugural em: http://www.youtube.com/watch?v=Yf74yWreQNs).
2009: Em 17 de março reuniu-se com a Academia das Ciências de Lisboa, na Sala de Reuniões Internacionais da ACL, onde também tiveram lugar as reuniões conducentes ao Acordo Ortográfico de 1990, nas quais participara uma Delegação de Observadores da Galiza. Na reunião trataram-se temas de interesse conjunto, como a aplicação do Acordo Ortográfico e a elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum. A Delegação da AGLP apresentou o projeto do Léxico da Galiza, elaborado para ser integrado nesse Vocabulário (http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=0&Itemid=31&limit=6&limitstart=18, e vide supra).
Numa sessão interacadémica, realizada em 14 de abril no Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa, foi apresentado o Léxico da Galiza elaborado pela Comissão de Lexicologia e Lexicografia da AGLP, e a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, elaborado pela Academia Brasileira de Letras sob a coordenação do Prof. Evanildo C. Bechara (vide supra).
Participou no 4º Encontro Açoriano da Lusofonia do 31 março a 4 abril. Fez apresentações do livro “Galiza: Língua e Sociedade” em diversas cidades, dentro e fora da Galiza, inclusive em Bruxelas, onde estabeleceu contato com a representação galega no Parlamento Europeu (4-6 julho 2009: http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=0&Itemid=31&limit=6&limitstart=12).
No Seminário de Lexicologia da AGLP em Santiago (5 outubro 2009) foi anunciada por Evanildo Bechara a inclusão do Léxico galego (800 palavras) no Vocabulário da Academia Brasileira, depois da apresentação do Vocabulário da Porto Editora, por Malaca Casteleiro. Também foi assinado o Protocolo de Colaboração e Apoio Mútuo entre a AGLP e a Universidade Aberta (Lisboa), testemunhado por Adriano Moreira e Evanildo Bechara. Em 21 outubro 2009 a AGLP esteve presente no lançamento do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (Porto, agosto 2009, vide supra), sob a direção de Malaca Casteleiro, no Auditório do Padrão dos Descobrimentos. Fernando Cristóvão fez uma apresentação comprometida, com a língua, o Acordo Ortográfico, Malaca Casteleiro, e especialmente com a Galiza. Chegou a ler um parágrafo do texto distribuído pela Delegação da Galiza, na Assembleia da República, em 7 abril 2008 (http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=0&Itemid=31&limit=6&limitstart=0).
O mais recente Léxico da Galiza, elaborado pela CLL da AGLP, foi plenamente incorporado pela Porto Editora no seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 2009, como tb na Rede (vide supra). A AGLP assinou protocolos de colaboração com diversas entidades lusófonas; iniciou, com a do Brasil, a inauguração das suas delegações no estrangeiro (tb Argentina e Reino Unido).
Em julho de 2009 foi lançado um Manifesto pela hegemonia social do galego (http://www.peticao.com.pt/hegemonia-social-do-galego) que atingiu 1674 assinaturas.
(continua)
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