sábado, 1 de janeiro de 2011






Voam em bando mil sonhos

Adão Cruz

Pormenor


Voam em bando mil sonhos e ao longe morre o cantar.

Por cima das areias verdes farei meus versos despertar.

Não beijei o céu nem o mar...

Ao longe morre o cristal do amor estilhaçado
perdida a boca ferida de um beijo que não foi dado.

Sílabas claras e sonoras hão-de ter os versos que eu disser
firmes de pedra
não os leve o vento que o vento é uma mulher.

6 comentários:

  1. Sílabas claras e sonoras hão-de ter os versos que eu disser
    firmes de pedra
    não os leve o vento que o vento é uma mulher.

    Fantástico o alcance destes versos. haja quem o atinja. Parabéns
    paxiano

    ResponderEliminar
  2. Mais uma vez a sua sensibilidade toca-me profundamente.

    ResponderEliminar
  3. Que bom ser o vento e rodopiar com esses versos!

    ResponderEliminar
  4. voam como as gaivotas - os sonhos
    corpo molhado - perdido
    vivido, por dentro de mim
    despe-me a vergonha, seduz-me
    viaja, por dentro
    de mim

    ResponderEliminar
  5. saboreio a maçã
    invento cada manhã
    recolho na colmeia
    o mel
    teu corpo doce
    no meu amanhã

    ResponderEliminar
  6. "... perdida a boca ferida dum beijo que não foi dado"

    E quantos outros ficaram por dar? As coisas boas da vida não são coisas!

    Parabens pelo lindo e profundo poema.

    paxiano

    ResponderEliminar