Outro soneto, dedicado ao mesmo tema do anterior
SALVAMENTO MARÍTIMO, APÓS UM NAUFRÁGIO DE UMA JOVEM INDIANA POR UM GRANDE GENERAL PORTUGUÊS (O POETA IMAGINA SER O GENERAL)
Não assustes. oh bárbaro elemento,
a inocente, que tenho ao peito unida,
que à glória desta acção compadecida
respeita até das ondas o violento.
Tu logras o furor, eu logro o intento
de ficarmos com sorte repartida:
asilo nobre de uma tenra vida;
sepulcro avaro de ouro macilento.
Se tenho a varonil integridade,
que consegues no horror dessa inclemência,
ou que importa a infeliz calamidade?
Quando fica no exemplo da violência
desprezado o interesse da piedade,
e vencida a desgraça da inocência.
Soneto ao Rei D. Pedro II, que, por ter morrido, não chegou a ver a sua própria estátua de pedra.
Senhor, a vossa efígie venerada
é por vós com razão desconhecida;
porque ficou na cópia pareceda
de reverente a pedra desmaiada.
Que importa que do artífice lavrada
pareça que o cinzel lhe infunde a vida,
se a grandeza só pode esclarecida
ser nas vossas vitórias retratada?
Estranhais esta imagem justamente,
se a luz original está diante,
o reflexo perdeu-se de repente.
´Inda sendo o retrato semelhante,
porque em chegando o Sol a estar presente,
mudam sempre as estrelas de semblante.
Mostrar mensagens com a etiqueta d.pedro ii. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta d.pedro ii. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)