sábado, 22 de maio de 2010
Sócrates já faz parte do problema
Luís Moreira
Esta propaganda diária que diz que o país está a sair da crise (foi o primeiro diz o governo), que cresceu no último trimestre, que tem dinheiro para emprestar à Grécia, que tem dinheiro para os megainvestimentos, é muito prejudicial. Sócrates está em estado de negação, os membros do seu próprio governo desmentem-no, as trapalhadas são diárias e constituem profundas machadadas na já muito fragilizada credibilidade.
A Islândia, já em Outobro/Novembro, numa política de verdade, lançou um PEC sólido e duro com o objectivo de controlar as contas públicas. Meteu na prisão banqueiros e políticos, cortou na despesa de forma coerente, com especial incidência nas classes mais ricas, aliviou impostos no sentido de relançar a economia ajudando os que criam riqueza.
Aqui, ao contrário, temos um primeiro ministro que lança concursos para os quais não tem dinheiro, persiste na propaganda de uma situação que só ele vê, atira-se às classes mais desprotegidas, aumenta impostos retirando à economia o resto de meios que necessita para não cair em recessão.
E, com isto, perdem-se oito meses em relação à Islândia e aos outros países que começaram a trabalhar a tempo e horas, não mentindo aos seus povos, suavizando as medidas por terem sido tomadas com a situação ainda controlável.
Zapatero adia o TGV que o nosso governo inicia com a abertura e adjudicação do ramal Poceirão - Caia, à socapa adjudica nova autoestrada ao amigo Jorge Coelho.
Mas ninguem quer governar nestas condições, o Presidente tem um timing próprio, Passos Coelho deixa-se colar aos aumentos de impostos, Sócrates continua no filme que ele próprio realizou e de que é principal personagem.
Os banqueiros já se juntaram para dizerem em público o que Sócrates não quer ouvir em privado. Quem nos tira deste filme?
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