quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nós é que amamos - I

Raúl Iturra


Parte da festa de um matrimónio Mapuche, festa de vários dias. A cerimónia é praticada por uma mulher, a machi da tribo, que representa a sua divindade, o deus Pillán. A machi cura, casa, educa, tem muitas tarefas para fazer dentro das reduções nas que moram. Os católicos têm uma cerimónia privada, de madrugada ou de noite à que assistem os noivos e os seus padrinhos apenas. A festa é a maneira ritual antiga, e divertimento para a redução e os que casam, fazem parte da festa. O que interessa no é o ritual, é a familia, que está definida assim: a sua organização social estava baseada principalmente na família e na relação entre eles. A família estava conformada pelo pai, as suas mulheres e os filhos. A linha de parentesco mais importante era a materna. Por não serem considerados parente os filhos do mesmo pai com as sua outras mulheres, não existia tabu sexual do incesto. Crença e comportamento mal interpretado pelos espanhóis como pratica de generalizada do incesto. Actualmente a poligamia tradicional nãoo existe entre los mapuche.

Os grupos de famílias relacionados por um antepassado comum, denominava-se lof, normalmente escrito como lov, levo ou caví pelos historiadores. As famílias que conformavan un lof, moravam rucas vizinhas, colaborando entre elas. Havia um Chefe, um lonco ("cabeza" en mapudungun). Fonte: a mina memoria, meus diários de campo Bravo, a minha investigação e o texto de Patrícia Bravo (1999).
«[http://www.mapuche.info/news01/punto991029.htm ¿La pobreza es una infiltrada? Pregunta alcalde mapuche de Tirúa.]».

La familia mapuche desempeña, esencialmente, dos funciones: económica y cultural.
• En el ámbito económico, se manifiesta como una unidad de producción y consumo. Todos los miembros desempeñan un rol económico, diferenciado según el sexo y la edad.
• En el cultural, la familia es el ámbito donde los jóvenes miembros de la familia son socializados, aprehendiendo la cultura e incorporando el estilo de vida tradicional.
Pero estos dos aspectos, el económico y el cultural, no se hallan disociados: el desarrollo cultural se efectúa en el mismo proceso de producción y consumo, y viceversa. Es por esto que el desarrollo cultural es indisociable del desarrollo económico. La transmisión de los saberes culturales se efectúa en el ámbito doméstico (de padres-madres a hijos, de abuelos a nietos, de tías y tíos a sobrinas y sobrinos, etc.) y a través de las prácticas: en el mismo momento en que se realiza una actividad se está enseñando y aprendiendo (la cría del ganado, la elaboración de comidas, la confección de tejidos, etc). Mientras en las grandes sociedades humanas son principalmente la familia, la escuela y los medios de comunicación quienes administran y transmiten la cultura; en las comunidades o grupos humanos más pequeños, tales como las comunidades mapuche, estas funciones suelen estar mezcladas con otras de índole económica y social.
Reglas de vida familiar mapuche
• El patrilinaje: Los miembros de la familia están unidos por vínculos de parentesco que vienen desde la línea paterna. La nomenclatura de las relaciones es de tipo omaha.
• La exogamia: Se busca pareja fuera del grupo familiar propio.
• La patrilocalidad: La mujer sigue al hombre a su residencia. Fonte: mencionada antes



Pareciam-me importante fornecer estes dados, para entender a questão colocada como título de cabeçalho e entender o que passo a analisar na base da minha teoria de etnopsicologia da infância.

Queira o leitor lembrar de que gostava de debater, enquanto transfiro parcialmente para si meus dados de trabalho de campo, pelo menos dois assuntos centrais. Um, é que as crianças que crescem, é feito em quanto memória social impinge novos dados na sua memória individual. A criança que temos em frente de nós a crescer, é resultado do saber acumulado cronologicamente no tempo. Tempo que a criança vive no nosso presente de adultos e que nós, adultos, vivemos como eles, anos antes, a realizar as mesmas tarefas de aprendizagem que nós fizemos e que eles, em frente de nós, realizam hoje. O saber é contínuo, com essa
qualificação de conjuntural nas suas mudanças, que me parece adequado pensar. O processo educativo resulta da interacção dentro de um mesmo povo, a traves da Historia, ou com outros povos a traves também da cronologia do tempo, essa Historia que faz de nós o que somos e como amamos. Um segundo assunto, é que esta racionalidade da criança, essa pessoa que acumula uma epistemologia também, é diferente da racionalidade cognitiva do adulto durante o tempo infantil da criança e de vida adulta dos que antes, os seus pais, foram também crianças. As formas do entendimento são diferentes, quer pela idade, quer pelo contexto histórico que contextualiza esse saber. O saber está marcado pela cronologia do tempo e pelas novas descoberta que a ciência nos fornece. Há varias gerações que vivem dentro do mesmo tempo com experiências diversificadas, quer pelos ciclos, quer pelo tempo que a pessoa incute na Historia do seu ser social. Experiências que, apesar de emotivas, são orientadas pela razão, porque a criança observa para calcular o que deve fazer, e aprende esse calcular.
Sou consciente de ter levado ao leitor ao longo da cronologia, para trás e para frente, da maneira que a linguagem Internet permite, reiterando casos e a abrir lentamente as historias, em torno ao elo processual que Victoria, Pilar e Anabela, estruturam do processo racional da reprodução social. Comparar três povos de diferentes línguas e experiências, não é simples, mas é interessante para quem trabalha com os dados do quotidiano. Um quotidiano prolongado para mim, porque os Picunche os conheci sempre, os de Vilatuxe faz 36 anos hoje, e aos de Vila Ruiva, vinte e dois.

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