terça-feira, 29 de junho de 2010

Potências emergentes - ou como a bola é redonda como o mundo

Pedro Godinho



Agora que parece que o mundo gira em torno do mundial de futebol, decidi, também eu, dar uns chutos na matéria.

Há quem leia nas estrelas, as folhas do chá ou as borras do café, as entranhas do animal sacrificado, o voo das aves, a bola de cristal, quem deite as cartas ou lance os búzios, eu antevejo o futuro pelas voltas que a bola dá.

É a ciência da metáfora do futebol como espelho do panorama mundial.

Cuja importância não deve ser menosprezada, porque como se vê pelo espaço e tempo que todos os media (dizer assim poupa palavras e faz-nos parecer mais cultos, até latim sabemos) dão aos assuntos e estudiosos da redonda tudo o que com ela se relacione, de perto ou de longe, é magna questão.

Assim, depois de visionar os primeiros encontros, posso confirmar-vos o declínio da Europa e a ascensão das potências de novas geografias.

Esqueçam a filosofia, a história ou a sociologia, a única análise certeira das relações internacionais é ver como a bola vai rodando.

E o que ela nos mostra é que as antigas potências europeias já não se aguentam nas canetas e não levam a melhor sobre as colónias e geografias antes dominadas.

Foram-se os tempos em que a Europa era a dona da bola e decidia a formação das equipas e quem jogava.

Da Ásia, das Américas e até, embora em menor grau, de África surge um novo jogo, ao qual é melhor que a mui civilizada Europa se vá habituando porque ele veio para ficar, e de caminho se acostume a que terá de partilhar com outros o que até aqui era a sua riqueza.

Querem ver que vamos ter uma final e campeão terceiro-mundista?

1 comentário:

  1. Falhei a marcação.
    Ainda não foi desta que a emergência, apesar de ter feito mais mossa, fez cair as potências europeias, que asseguraram o monopólio do pódio. No pedibola o mundo ainda foi da velha Europa.

    ResponderEliminar