Do blogue "Café Portugal", com a devida vénia, transcrevemos na íntegra esta interessante e esclarecedora entrevista com Joaquín Fuentes Becerra, presidente da Associação Além Guadiana. A entrevista foi realizada por Ana Clara na passada terça-feira, dia 29 de Junho.
Para o presidente da associação Além Guadiana, cujo objectivo é dinamizar a cultura portuguesa em Olivença, com o passar do tempo as ancestrais ligações» com o nosso país «começaram a perder-se». Joaquín Fuentes Becerra refere que «a melhor maneira de recuperar os caminhos perdidos, entre eles o da língua, é através dos sentidos, das emoções, dos pequenos e grandes descobrimentos da nossa história desconhecida e dos novos laços com Portugal». «Não podemos ter duas culturas se uma delas não se pode expressar através das palavras, só das pedras mudas», lamenta Becerra, considerando que é fundamental apostar no ensino da Língua aos mais jovens.
Café Portugal - Em Junho último a associação que preside organizou um dia de homenagem à Lusofonia em Olivença. No fundo um dia de memória à língua portuguesa que contou com o apoio do Ayuntamiento de Olivença. Gostaríamos que pormenorizasse.
Joaquín Fuentes Becerra – A Além Guadiana tem tido sempre uma boa e aberta relação com a autarquia e os diferentes representantes políticos de Olivença. Após a criação da associação, em Março de 2008, apresentámo-nos a todas as instituições culturais e políticas locais com o objectivo de explicar o sentido da associação, os nossos fins e actividades a desenvolver. Apesar de ser uma entidade jovem, com pouco mais de dois anos, temos desenvolvido um grande número de actividades, como as primeiras Jornadas sobre o Português Oliventino, a criação de um website e um blogue para a difusão da Além Guadiana e a cultura lusófona, eventos musicais, etc. Tudo sempre em linha com a cultura portuguesa e com uma grande aceitação popular. Depois, chegaram outras iniciativas como a recuperação dos velhos nomes das ruas em português ou a realização de um espaço dedicado ao mundo lusófono, o «Lusofonias». Ambos os projectos foram apresentados à Câmara e às instituições políticas de Olivença e contaram com um apoio unânime.
Também temos desenvolvido actividades em colaboração com os professores de português da escola «Francisco Ortiz» para a divulgação do português que se fala em Olivença. Estas iniciativas não teriam sido desenvolvidas sem a participação directa das instituições oliventinas, sendo indicativas de uma grande receptividade. Para a nossa associação são muito importantes os canais de comunicação locais, bem como o envolvimento da população oliventina nos diferentes projectos. Não teria sentido promover actividades sem conexão com a povoação. E se o temos conseguido, até agora, é pela nossa maneira altruísta de contribuir para o desenvolvimento cultural, pela forma sempre construtiva de apoiar iniciativas, pela visão integradora das nossas propostas, pela desvinculação política da nossa actividade e pelo interesse colectivo dos próprios projectos. A iniciativa de recuperação dos nomes ancestrais das ruas em português, foi mais um exemplo, pois foi exposta com uma visão didáctica, cultural e turística com um elevado simbolismo.
C.P. - Olivença está há dois séculos sob administração espanhola. De que forma, hoje, os oliventinos se mantêm ligados a Portugal?
J.F.B. - Para além das fronteiras políticas estão os espaços culturais. Até meados do século XX, século e meio após a mudança de nacionalidade, Olivença tinha culturalmente maiores semelhanças a Portugal do que a Espanha, no âmbito linguístico, etnográfico, das tradições. Nessa altura nasceram os últimos luso falantes e desde então houve um processo mais rápido de debilidade das raízes culturais. A realidade da Olivença de hoje é diferente da realidade de há cinquenta ou cem anos. Porém, actualmente os oliventinos em termos gerais olham de maneira positiva para o seu passado e, embora os mais jovens não tenham vivido a cultura portuguesa da mesma forma que os pais, olham para Portugal com uma crescente curiosidade, com menos complexos e maior abertura. Este aspecto é novo, pois as gerações anteriores, por razões complexas, olhavam para Portugal com uma maior distância e alguns preconceitos. Pessoalmente, penso que a mudança identitária de Olivença foi um processo longo e complexo. Apesar das emigrações a maior parte da população oliventina ficou em Olivença depois de 1801, mantendo fortes laços pessoais, culturais e sentimentais com Portugal. Com o passar dos anos, as ancestrais ligações com Portugal começaram a perder-se e os oliventinos tiveram de iniciar a construção de novas ligações com Espanha e criar novas referências culturais. Ainda que os oliventinos tenham consciência do passado português, foi muito o que se perdeu no caminho.
C.P. - Como se pode recuperar esse muito que se perdeu?
J.F.B. - Na associação Além Guadiana, achamos que a melhor maneira de recuperar caminhos perdidos é através dos sentidos, das emoções, dos pequenos e grandes descobrimentos da nossa história desconhecida e dos novos laços com Portugal, degustando a sua gastronomia, conhecendo as suas paisagens e povos, fazendo novas amizades, conversando em português além e aquém Guadiana. Recentemente, no âmbito do primeiro certame das «Lusofonias», teve lugar uma Leitura Pública Contínua em Português, onde numerosos oliventinos de todas as idades, incluindo os representantes de todos os partidos políticos, leram textos de Camões, Pessoa, Saramago, Florbela Espanca e outros expoentes das letras portuguesas, incluindo quadras tradicionais de Olivença e autores oliventinos como Ventura Abrantes ou Caetano da Silva e Soutomaior, poeta oliventino do século XVIII conhecido como o Camões do Rossio. Foi um acto sem precedentes, popular e emotivo, que mostra grande abertura e novas maneiras de olhar a Portugal.
«Cidade das duas culturas»
C.P. - Olivença é comummente referida como «cidade de duas culturas».
À luz do que acaba de referir os oliventinos vivem, de facto, hoje, essas duas formas de identidade?
J.F.B. - «Cidade de duas culturas» é um termo criado e alimentado pelos próprios oliventinos numa frase que procura expressar o carácter dual e a riqueza da nossa cultura. Mas, também, é uma declaração de intenções que não reflecte uma realidade completa. Temos um património monumental de herança portuguesa bem preservado mas uma grande parte da cultura imaterial, especialmente a língua, que é a cultura viva que conversa nas cozinhas e transita pelas ruas, está a desaparecer. Na verdade, há uma cultura vigorosa e dinâmica que se expressa em castelhano e outra cultura, a portuguesa, que está bem visível nas igrejas, nas muralhas, mas muito debilmente na língua. E a língua é tudo. Os oliventinos têm de conquistar verdadeiramente o qualificativo «duas culturas». Não podemos ter duas culturas se uma delas não se pode expressar através das palavras, só das pedras mudas. A Além Guadiana nasceu com o objectivo de promover a parte mais débil do património oliventino e para contribuir à projecção do enorme legado que nos deixou Portugal. A maior parte do que somos o devemos a Portugal.
C.P. – Na realidade poucos habitantes com menos de 65 anos falam o português…
J.F.B. - Em Olivença o português fala-se desde finais do século XIII até hoje. Em meados do século XX, a maioria dos oliventinos eram bilingues mas tinham na língua de Camões a sua língua materna. É nesta altura quando, por diversas razões, os pais deixam de falar aos filhos em português. Os últimos nascidos lusos falantes são os velhos de hoje. O português encontra-se hoje em camadas etárias de mais de 65 anos e é fácil adivinhar o seu futuro em 15 anos. Se não há uma aposta forte em relação à língua portuguesa em Olivença, nas suas aldeias vai desaparecer em poucos anos. Já desapareceu em Tálega, antiga aldeia de Olivença, num avanço do que significa uma enorme perda cultural.
C.P. – Referiu que a associação a que preside tem desenvolvido iniciativas com vista à promoção da língua portuguesa. Para além do «Lusofonias» pode-nos especificar?
J.F.B. - A petição à Junta da Extremadura para a declaração do Português em Olivença como Bem de Interesse Cultural, acções de divulgação, propostas para que os cartazes turísticos e a difusão cultural sejam bilingues. Achamos difícil, mas possível, a recuperação da língua de Camões em Olivença, fazendo uma aposta forte pelo ensino dos mais jovens. Existem experiências de outras línguas minoritárias em condições muito complicadas que conseguiram ser recuperadas. Mas este processo só pode ser iniciado com os próprios oliventinos, ganhando consciência sobre o valor do que temos e defendendo o que não desejamos perder. A sensibilização cultural é tão fundamental como o melhor conhecimento da nossa história portuguesa, da qual fizemos parte ao longo de meio milénio. Os nossos velhos acham que Olivença foi trocada por Campo Maior e poucos sabem que os Gamas descendem de Olivença. Temos uma extraordinária história e o papel de Olivença em Portugal foi verdadeiramente invulgar na construção da nação portuguesa, na aventura ultramarina, na Guerra de Restauração, na criação artística... Todo um passado à espera de ser melhor conhecido por nós e com uma grande projecção de futuro.
C.P. – De há um tempo a esta parte o português começou a ser associado em Olivença a uma língua estratégica, por exemplo para o turismo. Houve, com isso uma mudança institucional?
J.F.B. - Nos últimos dois séculos a língua portuguesa não contou com nenhum apoio institucional, salvo nos últimos tempos. Com a mudança de nacionalidade a língua de referência no âmbito educativo e administrativo passou a ser o castelhano. O português manteve-se exclusivamente ao longo de todo este tempo graças à vontade dos oliventinos, que se mantiveram ligados à sua língua materna, às raízes dos seus antepassados, num extraordinário exemplo de preservação cultural. Em meados do século XX era a língua popular, quase todos falavam o português mas não o escreviam pois foi unicamente a transmissão oral, e não o ensino nas escolas, o meio de aprendizagem.
Com a ditadura intensifica-se a associação conceptual das línguas espanholas e portuguesa, a primeira, ensinada na escola, ficava ligada à língua de promoção social, à da gente mais culta, ao futuro, e a segunda às classes mais populares, aos que tinham um menor aceso à educação, ao passado. Nas últimas décadas há uma certa mudança na maneira de olhar para o português e começam a existir algumas iniciativas interessantes, por exemplo cursos de português, mas com um baixo impacto real no sentido de inverter o processo de extinção da Língua. E, nos últimos anos, assistimos a uma mudança muito mais notável da mentalidade, não só em relação à língua mais também com tudo aquilo relacionado com a nossa herança portuguesa, especialmente em gerações mais jovens. A língua portuguesa começa a ser vista como um valor cultural muito importante para Olivença e, também, como uma língua estratégica para o turismo, relações comerciais e pessoais, etc. Paralelamente, há uma maior implicação das instituições na promoção do português, que é já língua de ensino obrigatório numa das escolas primárias de Olivença com a participação do Instituto Camões.
Tudo está a mudar, mas faz falta uma aposta mais forte pelo português, que não é uma língua estrangeira em Olivença. O português pertence ao mais profundo da nossa cultura e, na medida que os nossos velhos o falem, ainda pertencemos, também, ao âmbito da Lusofonia. E desejamos continuar a pertencer.
Património português
C.P. – Como sublinhou não é apenas a Língua que identifica o passado português em Olivença. Há a calçada, a arquitectura manuelina, a fisionomia das casas…
J.F.B. - O património monumental é quase todo português: conventos, casas notáveis, muralhas e obras de mestre como a manuelina igreja da Madalena. E, também, a base da gastronomia, das festividades, das tradições, da dança, da música...
Os portugueses que visitam os monumentos de Olivença sentem-se como em casa e identificam-se com os azulejos setecentistas da Misericórdia, com os retábulos joaninos e também percebem a influência espanhola em outros aspectos. E os espanhóis sentem esse ar diferente da cidade, esse sabor português tão particular. Mas, também há um super-estrato cultural de origem hispano, que é muito forte pois os oliventinos de hoje nascem e crescem num contexto onde todas as referências culturais foram espanholas. É neste aspecto quotidiano, visível na cultura popular, na língua, ambiente, nos gostos musicais, nos novas costumes, etc., onde a cultura espanhola é inegavelmente dominante. Não podemos esquecer a cultura portuguesa mas também não devemos renunciar à herança cultural espanhola. A letra «ç» de Olivença e a «z» de Olivenza foram sempre contempladas de uma maneira antagónica.
Nós achamos que utilizar ambas é contribuir para a riqueza cultural oliventina.
C.P. – Como olha para as posições do estado português em relação à questão de Olivença ao longo das últimas décadas?
J.F.B. - Sobre Olivença têm-se escrito muito, desde posições discrepantes sobre aspectos políticos e territoriais. Porém, a associação Além Guadiana não está interessada neste âmbito, nem está dentro dos fins e actividades estatutárias.
Reivindicamos o mais importante: a cultura. Achamos que na cultura podem e devem concordar todos. Não entendemos que a cultura oliventina tenha que pagar o preço de possíveis desencontros em outros âmbitos. Não conhecemos se há alguma posição do Estado Português ou se alguma vez se manifestou em relação à cultura portuguesa em Olivença. Mas, neste sentido, os oliventinos estão a fazer um esforço para valorizar as nossas raízes portuguesas. Nada seria mais belo e bem recebido que o compromisso das instituições portuguesas no apoio à valorização da nossa herança cultural que, também, é património de Portugal e do mundo lusófono.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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As palavras de Joaquín Fuentes Becerra revelam um profundo sentido de realismo e de bom senso. É revelador que, oliventino e vivendo em Olivença não saiba «se há alguma posição do Estado Português ou se alguma vez se manifestou em relação à cultura portuguesa em Olivença», maneira subtil de dizer que essa posição não existe (nem existiu). O estado espanhol, entretanto, não perde uma ocasião para agitar a questão de Gibraltar. E, à face do Direito Internacional,os dois casos são diferentes, com prevalência jurídica do caso de Olivença, onde não existem dúvidas sobre a legitimidade da posição portuguesa.
ResponderEliminarGostei e apreciei o teor dos sentimentos revelados, e acredito que os próprios Oliventinos desconheçam a verdadeira história de Olivença porque a espanha sempre foi mentirosa e ardilosa ocultando a real situação do território, que é de usurpação, mantendo uma administração ilegal e abusiva porque no congresso de Viena de Àustria, de 1815, foi reconhecido que Olivença é Portuguesa e lhe deve ser entregue, mas os espanhóis nunca cumpriram o documento apesar de o terem subscrito. Esta atitude não é própria de quem quer ter honra, seriedade e dignidade e também respeito.
ResponderEliminarViva Olivença e o seu povo valoroso.
Meu caro, o Estrolabio vai continuar a apoaiar a causa de Olivença, Mande as suas opiniões em forma de texto que nós publicamos.
ResponderEliminarA situação política de Olivença configura um roubo consentido pelos portugueses, no geral e sem excepção de todos e mais ainda por aqueles que têm responsabilidades polítiucas.
ResponderEliminarO tratado de Viena de Àustria, de 1815, dá-nos o direito de retoma do território e Portugal tem de exigir aos espanhóis/castelhanos a sua entrega com veemência e persistência e ininterrupta porque teremos de zelar por aquilo que é português.
Se não tivermos essa atitude, os espanhóis/castelhanos não cumprem aquilo a que estão obrigados pelo tratado porque não são sérios nem honrados dado que desprezam a sua assinatura que aposeram nesse mesmo tratado.
Olivença foi-nos roubada traiçoeiramente porque nos atacaram inesperadamente e não respeitaram o convénio de paz e não agressão bélica que com eles tínhamos estabelecido anteriormente.
Isto aconteceu porque os espanhóis/castelhanos fizeram com os franceses, de napoleão, um acordo de conquista e divisão do nosso país por ambos.
Os espanhóis nunca nos darão nada, pelo contrário levarão tudo, como aves de rapina.
Nós, os portugueses, teremos de olhar para a nossa história e retirarmos dela as ilações e os ensinamentos que nos convém, e, isto, a respeito ao tempo dos filipes, que nos governaram por sucessão dinástica, que acabaram com o nosso tesouro e com a destruíção da nossa armada, com a sua inclusão, na guerra com os ingleses, que tudo destruíram e aniquilaram.
Há coisas insignificantes e simplies que nos mostram a intenção, sempre presente, do que são os espanhóis/castelhanos. Repare-se no símbolo que representa a aliança ibérica, na candidatura ao campeonato de futebol de 2018, em que as cores das duas bandeiras estão juntas nas camisolas, onde a nossa cor verde está muita esbatida por baixo da cor amarela espanhola, cuja prefiguração ressalta a evidência de espanha.
Qunanto a mim, isto foi prepositado e reduz Portugal. Eles são matreiros e humilham-nos sempre. Eles possuem um sentimento que é odioso e merece repulsa. Estranho como nós consentimos tudo isso.
Será que os iberistas portugueses quererão submeter-se à arrogância castelhana?. Eu, por mim, direi nunca.
Abaixo a espanha tal como ela é, imperialista, e vivam os povos que nela estão submetidos e querem aceder à sua liberdade.
Viva também Olivença e que a sua retoma seja breve.
Estou de acordo com quase tudo o que diz. Só não estou de acordo com o seu anonimato.
ResponderEliminarToda a razão. Mande-nos os seus textos que nós publicamos...
ResponderEliminarApesar de Olivença e seu termo ter deixado de ser terra portuguesa, em 1801, voltou a pertencer a Portugal pelo congresso de Viena de Àustria, em 1815, realizado e patrocinado pelas potências europeias, da altura, em consequência da capitulação do ditador Napoleão.
ResponderEliminarO território de Olivença foi tomado pelos espanhóis/castelhanos num quadro de pura pirataria. Este caso espelha bem o significado da palavra, e, isto, porque com eles existia um tratado de paz e de não beligerância entre nós e eles. Os espanhóis/castelhanos desrespeitaram essa condição e traiçoeiramente aliaram-ser, secretamente, aos franceses para roubar Portugal.
O que mais agrava ainda é o documento que determina a devolução de Olivença a Portugal, que foi e está assinado pelos espanhóis/castelhanos e não cumprem a honra da sua assinatura, que se verifica não a ter.
O documento não é respeitado pelos espanhóis/castelhanos e mantêm em cativeiro Olivença, que é portuguesa pelo direito internacional.
É necessário ter cuidado com os espanhóis/castelhanos tanto nas atitudes como nos actos, porque eles não são sérios e não cumprem o que assinam revelando, assim, não ter palavra tanto escrita como falada se isso lhes trouxer algum prejuízo dado que não são sóbrios.
A pirataria não é só praticada no mar, como o fazem os Somalis no Índico, também o foi e é em Olivença pela razão de ainda não terem devolvido Olivença a Portugal, como é seu dever e reconhecido a ocupação ilegal.
Eu, como cidadão, custa-me a entender e a interpretar os governantes portugueses, visto que este território embora sendo português ainda está sob o domínio espanhol/castelhano e que se saiba não reivindicam o cumprimento do documento assinado.
É deste modo que os anos se vão sucedendo sem nada acontecer em Olivença por culpa dos nossos políticos, no geral.
Em Janeiro de 2005, aquando da cimeira ibérica, que ocorreu em Braga, no Mosteiro de Tibiães, o Grupo dos Amigos de Olivença ali se quis mostrar, o nosso PM mandou a GNR afastá-los para uma distância de 5km e quando os jornalistas perguntaram ao PM se o assunto tinha sido discutido, ele respondeu, "isso é folclore. Está escrito e a atitude não é compreensível para mim.
Abaixo os espanhóis/castelhanos e que Olivença tenha o seu lugar em Portugal tão cedo quanto possível.
Claro que Olivença é uma cidade portuguesa administrada ilegalmente por Espanha.
ResponderEliminarO povo de Olivença está a sofrer o crime da colonização económica, linguistica e cultural
É de louvar a acção da Associação Além Guadiana pois sendo os seus elementos espanhóis de nacionalidade, sentem no sangue e no mais profundo do seu ser a alma portuguesa. Isto revela uma atitude nobre tão portuguesa e é pena que o Portugal de hoje, com as suas politicas de compromisso que mete as boas relações comerciais com Espanha à frente de situações que nos ultrajam, amesquinham e humilham como é o caso da resolução do conflito latente e já centenário devido à usurpação de Olivença e Vila Real, territórios tão portugueses quanto todos demais da nossa pátria. Os avós e os bisavós dos actuais Oliventinos não se tornaram espanhóis porque alguma vez quisessem ou pretendessem sê-lo mas porque foram obrigados a sé-lo tendo conservado a sua lingua, a sua cultura e as suas tradições bem no interior das suas famílias contra a imposição dos conquistadores que mesmo obrigados à retrocessão da soberania ( situaço a que se comprometeram, por assinaturas de Tratados e Convenções internacionais) nunca o fizeram.
ResponderEliminarBem haja a Associação Além Guadiana pela nobreza das vossas atitudes, embora não sendo portugueses o sois como qualquer outro português, que viva a ocidente do Guadiana.