Luís Moreira
Eu julgava que este problema estava há muito resolvido, afinal a camisinha impede 100%, assim as mulheres e os homens o usem como deve ser e sempre!
Acontece é que o pessoal se esquece com a "pressa" ou não o tem, ou não o usa por razões religiosas, ou por outra razão qualquer, a verdade é que esse problema há muito que está resolvido. Apareceu agora como um grande passo em frente, um gel que incorpora um principio activo há muito conhecido que ataca o vírus e cuja eficácia é de cerca 40%.
Ora, digo eu, a mulher e o homem que não colocam a camisinha tambem não colocam o gel, estamos na mesma, o problema é colocar bem e sempre, e esse é que é o problema, um problema sério de hábitos, higiene, cultura, religião...
Prevenir seria, por exemplo, uma vacina, todas as mulheres levavam a vacina e ficavam defendidas da infecção, aí não haveria um problema comportamental, estavam vacinadas e, o ambiente, a higiene, a religião, os hábitos, deixariam de contar. Digo eu.
É, por isso, a não ser que não esteja a ver bem o assunto, que não entendo o entusiasmo dos cientistas e médicos, afinal trata-se de um principio activo já utilizado correntemente, nem aí há avanço.Este tipo de notícias mostram como a comunicação social é perigosa, lança assim para a população uma notícia que pode levar as pessoas a baixarem a "guarda", mas se a analisarmos com alguma atenção,verificamos que em termos práticos, não terá grande significado .
Contenção e profissionalismo são um bom antídoto para esta perigosa irresponsabilidade jornalistica!
PS: Vários comentários vieram enriquecer este texto chamando a atenção para o facto de este gel ser muito importante no combate ao HIV, pois permite que a mulher proceda à sua utilização independentemente do comportamento do homem, que como se sabe, muitas vezes evita a prevenção e obriga a mulher a ter relações sexuais sem o preservativo.
Esta independencia da mulher em relação ao homem é, realmente, um enorme avanço!
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
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Querido Luis,
ResponderEliminarAo contrário do que dizes, esta notícia merece destaque. Em África morre-se de sida com a cadência da respiração. Enfrentar crenças, hábitos culturais tem sido uma batalha dificil. A possibilidade de dar à mulher esta ferramenta é dar poder a quem não consegue negociar com o homem o uso do preservativo. A verdade é que aquilo que supões resolvido, está ainda por resolver. Trabalho nesta área. Tenho um blogue que selecciona diariamente notícias sobre este tema e as áreas envolventes.
Fiz trabalho de campo para a prevenção junto de comunidades carentes junto da população feminina, masculina e jovens. Os mitos e crenças que estão associados à Sida mostram como ainda há muito trabalho a fazer. Aqui, Luis a informação é urgente. A imprensa escreve sobre este tema pela negativa, quando o preconceito é a presença mais forte.
Beijo
Ethel
Ethel querida (obrigado.Há muito tempo que não me chamavam querido!), sim, por aí tens razão, é mais uma arma.Mas a eficácia depende do comportamento, não se pode colocar a questão como se de uma panaceia a 100% se tratasse.Levar as pessoas a baixar "a guarda" é um perigo...
ResponderEliminarA mulher assim não depende do querer do homem!Bem visto, não tinha percebido.Beijo e obrigado.
ResponderEliminarIa escrever sobre o que a Ethel chamou a atenção. Mas ela sabe muito mais disto. É um pequeno passo para certas situações. Só isso. Mas pode fazer toda a diferença para muitas mulheres. Sem baixar a guarda, Luis.
ResponderEliminarNa XVIII Conferência sobre Sida que acabou hoje em Viena, um grupo de activistas colocou-se à porta do evento distribuindo abraços. Tantos seropositivos deixaram de ser abraçados! Aqui fica o meu a todos vocês:)
ResponderEliminarPor mim abraço toda a gente, a ponto de às vezes ser um bocado inconveniente.Venha daí esse abraço.
ResponderEliminarGostei de acompanhar a correspondencia entre Luis Moreira e Ethel Feldman.De facto foi importante a intervenção da Ethel para esclarecer e demonstrar ao Luis que quando comentamos uma noticia que nos possa parecer importante ANTES de comentar é bom ficar mais atento e estudar o assunto.De outra forma pior do que nada fazer é contribuir para criar mais dúvidas Luis. Se os "media" têm as suas culpas no cartório por pouco fazerem, isso não nos desresponsabiliza de sermos actuantes e responsáveis.É assim cá vamos podendo dar o nosso contributo positivo(por pequeno que seja!)
ResponderEliminarFoi o que fiz ,Ana. Voltei a colocar o texto para não haver dúvidas,
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