Isto é uma “provocação”! Não anda por aí ninguém que queira comentar o facto de aparecerem, actualmente, obras aparentemente tão “modernas” e isto já ter sido feito há mais de meio século?
Durante a Guerra Civil, em 1936, McLaren trabalhou como cameraman em Espanha. Tal experiência assombrou-o e, adivinhabdo a iminência da guerra mundial, mudou-se para os Estados Unidos em 1939.
Em 1941 McLaren juntou-se ao NFB, criando as suas obras mais famosas, entre as quais se destaca Neighbours, em 1952.
Norman Mc Laren foi um dos ídolos da "cultura antifascista" do anos 50. A Embaixada do Canadá em Lisboa não tinha mãos a medir para corresponder aos pedidos de empréstimo dos seus filmes. Vi "Neighbours" muitas dezenas de vezes, pois, com a colaboração do Cineclube Imagem, organizei muitas sessões - os filmes do Mc Laren, o «Douro...» e o «Aniki...» do Manoel de Oliveira, eram dos mais exibidos. Em sessões mais íntimas, passava-se o «Couraçado Potenkine»... Mas, tens razão Clara, quando se compara os meios que hoje existem, com os métodos artesanais de há 50 ou 60 anos, e depois se analisa os resultados, é impossível não chegar a essa conclusão - muitos dos génios de hoje não serviriam nem para ir buscar um café ao Norman.
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