domingo, 11 de julho de 2010
República nos livros de ontem e de hoje (José Brandão) - 61
História Contemporânea de Portugal
(I República) 2 Volumes
João Medina (direcção)
Lisboa, 1985
Esses são os heróis. Sempre o foram, através dos tempos, sê-lo-ão, pelos tempos fora, porque, sempre que o canastro corre perigo, o instinto animal do amor ao pêlo faz herói de um poltrão... E assim, Machado Santos não é um herói…
Machado Santos, é claro, podia ter sido, naturalmente, mercê do acaso que pela Rotunda o tivesse feito passar, ou dos acontecimentos que na sua onda imprevista para a Rotunda o tivessem arrolado, um autêntico e veracíssimo herói, tal como a lenda o haloiza e a admiração popular o consagra, se, todo o seu passado e o próprio e decisivo facto de ele estar na Rotunda em vez de ter estado, por exemplo, em Algés ou em S. Paulo, de ter estado na Porta das Armas de Infantaria 16, em vez de estar em Alenquer ou de ter ficado, simplesmente, na cama, se, ter-se mantido a pé firme na Rotunda e de lá não ter abalado…
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