Folhas do Meu Cadastro - I 1911-1925
Hipólito Raposo
Porto, 1944
Nesse triste ano de 1908, às claras ou às escondidas, festejava-se o Regicídio, o maior crime da nossa história política; e passados vinte meses em que ninguém soube meditar a trágica lição, a secular Monarquia Portuguesa logicamente viria a sucumbir por falta de convicções, de fé e de lealdade dos que haviam jurado servi-la.
Mais uma vez se cumpriam os fados, em signo de Liberalismo Político na velha Europa Continental: desde que a soberania transitara do Trono para a Urna, a Realeza estava condenada a desaparecer.
Era inevitável o dia em que o Presidente Vitalício cederia o lugar ao Presidente Eleito, mudando-se o Trono em Poltrona, a Coroa em Barrete Frígio, o Rei em Cidadão.
E na confiança geral, gritada nas praças e festejada nas gazetas, tudo iria por bem e para melhor, no melhor dos mundos possíveis...
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domingo, 4 de julho de 2010
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