domingo, 4 de julho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 51 (José Brandão)

Folhas do Meu Cadastro - I 1911-1925


Hipólito Raposo

Porto, 1944



Nesse triste ano de 1908, às claras ou às escondidas, festejava-se o Regicídio, o maior crime da nossa história política; e passados vinte meses em que ninguém soube meditar a trágica lição, a secular Monarquia Portuguesa logicamente viria a sucumbir por falta de convicções, de fé e de lealdade dos que haviam jurado servi-la.

Mais uma vez se cumpriam os fados, em signo de Liberalismo Político na velha Europa Continental: desde que a soberania transitara do Trono para a Urna, a Realeza estava condenada a desaparecer.

Era inevitável o dia em que o Presidente Vitalício cederia o lugar ao Presidente Eleito, mudando-se o Trono em Poltrona, a Coroa em Barrete Frígio, o Rei em Cidadão.

E na confiança geral, gritada nas praças e festejada nas gazetas, tudo iria por bem e para melhor, no melhor dos mundos possíveis...
__________________________

Sem comentários:

Enviar um comentário