quarta-feira, 7 de julho de 2010
República nos livros de ontem nos livros de hoje - 54 e 55 (José Brandão)
Os Fuzilados de Outubro de 1921
Fernando Honrado
Lisboa, 1995
É possível que entre os assassinos – descobertos ou não – houvesse Monárquicos. Não me repugna, a mim – Monárquico – admiti-lo. Os canalhas estão em toda a parte, sempre estiveram, e sem exclusão de qualquer época. E muitas vezes é simples passar-se por aquilo que não se é…
Mas, afinal em que consistem as diferenças referidas? Consistem em: a) no número de pessoas executadas, seis contra duas e uma; b) no método, raptos das residências respectivas e condução para um ponto concentracionário; e) o empenho pessoal dos assassinos no morticínio, para além da organização subjacente, que existiu decerto; d) ausência total de espontaneidade dos executores, correndo riscos reduzidos de retaliação, dada a impossibilidade de defesa eficaz dos executandos, e uma força não visível, mas perfeitamente sentida, do lado dos executores; e) o morticínio teve uma carga política, mas também económica e social.
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Os Grandes Enigmas do Nosso Tempo
(A Implantação da República Portuguesa)
Mário Lima
Amigos do Livro Editores, s. d.
Um dos grandes enigmas da história portuguesa contemporânea é, sem dúvida, o da implantação da República que em 1910 substituiu o regime tradicional desde a fundação da nacionalidade em meados do século XII.
Para bem se compreender esta afirmação, há que encará-la sob o ponto de vista «histórico» e não em referência a qualquer posição interessada relativamente à luta travada nos últimos tempos da Monarquia, luta que viria a dar como resultado a implantação da República. Não se trata, pois, de tomar posição em defesa das excelências ou em ataque aos defeitos de qualquer dos regimes, mas sim de analisar e concluir sobre as vantagens ou desvantagens da mudança do regime político então vigente em Portugal e, muito especialmente, de opinar quanto às suas consequências.
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O que o José Brandão está a fazer com esta série magnífica é dar-nos a chave de um universo de conhecimento sobre um tema tão importante com o é o da implantação da República e as vicissitudes que levaram ao seu colapso 16 anos depois de ter sido proclamada. Devo dizer que, não sendo propriamente uma pessoa que ignore esta temática, li talvez um pouco mais de um décimo dos livros que o José Brandão está a trazer ao nosso conhecimento. Alguns, já os procurei em alfarrabistas. Grande trabalho este!
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