terça-feira, 3 de agosto de 2010

Adão Cruz e Ethel Feldman no Terreiro da Lusofonia (II)


Se houvesse antes, se existisse o passado...


eu teria existido em ti, doce presente em que não existo,
e sou isto, aguardente a desaguar quente,
memória do que nunca vivi,
Ah - a vontade de reviver o imaginário,
um dó, um sol e invento a clave
realejo perdido
Ah - e esse desejo que me queima

GRITO: - ESTOU AQUI!
ninguém me ouve,

EXISTO!
meu sexo é prova disso
respira comigo
inspira e expira
quer mais e mais,

Se houvesse antes, se existisse o passado...

cada história de amor
era encantada com uma nova cor

saudades que tenho
do azul que nunca esqueci
e dos teus beijos loucos,
vermelhos a brincar com a cor

Nunca soube teu nome
Meu corpo guardou tua cor
nessa doce noite de amor

7 comentários:

  1. Lindo. O quadro é dos teus melhores e a Ether descobre sentimentos insuspeitados.

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  2. se eu tivesse esse 'R' a minha vida seria bem mais leve :) - Obg, Luis Moreira.

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  3. Não sei o que vai sair desta parceria, mas gostava de saber. É do mais interessante que vi e que vou buscar todos os dias. Sinto-me voyeur... E fico pensando, admirando o vosso talento, o quanto se pode fazer a partir de um estímulo, se estivermos abertos a recebê-lo e a comunicar o sentir que ele nos evoca... Porque será que os vossos quadros/poemas têm comentários e os outros - os eruditos, os sobre a Repúblia, sobre Olivença, etc. - não têm? É a vida a pulsar, é o presente - não que o passado não interesse - é a emoção! E só a partir da emoção poderemos partir para o futuro - em qualquer forma - cheios de força. A reflexão não dá força, quebra à primeira investida. É tão fácil vestir as pantufas... Parabéns aos dois!

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  4. Clara, as grandes ideias são simples e podem mudar o Mundo. Já mudaram muitas vezes.

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  5. Clara, penso vezes sem conta no estímulo. O que nos leva a fazer umas coisas e a desistir de outras , ou sequer não nos interessarmos. Eu não faço a menor ideia de como o leitor sente a parceria. Ilustrar um quadro é uma redundância, assim tive que ir ao encontro do que sentia. O reconhecimento das nossas sensações/emoções nem sempre é fácil, mas pode ser um processo libertador. Ir ao encontro de algo ou de alguém, é já um caminho e tanto. Chegarmos a nós, sentarmos connnosco, aceitarmos nesse encontro o que sentimos e somos é mesmo o caminho da liberdade. Beijo.

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  6. No meio de todos estes magníficos comentários que me perecem sentidos e puros, o que para mim constitui a gema da emoção e do seu filho o sentimento, sinto que devo dizer duas coisas: Não sei o que é a arte nem ninguém sabe. Não sei o que é a poesia nem ninguém sabe. Como diz a Carla é o caminho da liberdade. Mas eu também não sei nem ninguém sabe o que é a liberdade. Sei que a arte, a poesia e a liberdade percorrem dentro de nós,permanentemente e transversalmente a nossa vida no sentido de fazer dela a fronteira entre a visão antropológica do homem e a sua dimensão universal.E chega a uma altura em que não sabemos viver sem esse horizonte. A Ethel e eu, neste caso, de quem escreve e de quem pinta, a Clara, o Luis e outros no caso de quem lê e sente, todos somos viajantes de um comboio de sonho, e todos clamamos por atenção para a bela pisagem do mundo que a cegueira não deixa enxergar.

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  7. E o interessante Adão, é que temos a ilusão de que caminhamos sozinhos...E tão acompanhados estamos!

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