sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Adão Cruz e Ethel Feldman no Terreiro da Lusofonia (V)

Sonhei que existia

Outra forma de existir
Meu filho seria teu
e o teu, eu abraçaria.

Nos dias de chuva
eu seria a terra amada
Na primavera, o fruto
da terra regada

Quando meu corpo ardesse
bastaria te olhar e meus ais
seriam ouvidos só por ti
desde o início ao fim

E se os ais pedissem mais
tu serias meu benfeitor

Seríamos um, dois, mil ou mais
E os filhos seriam de todos
e em todos seríamos um só

Se pelo caminho vires, uma família

como se fossem os reis magos
são vislumbres do meu sonho
a dar esperança ao caminhante

Brilham como se fossem estrelas
iluminam que sonha que existe
outra forma de existir

Um, dois, mil ou mais
acreditam que todos
somos um só
num lento e prolongado abraço.

Amei cada um
como se fosse o único
prolongamento de mim

6 comentários:

  1. O último da primeira série, que foi um ẽxito. Vai haver uma outra, em moldes diferentes. E noutro local, pois o Terreiro da Lusofonia tem de receber artistas dos nove países de língua portuguesa. Proponho que o palco a inaugurar pela Ethel e pelo Adão se chame "Praça da Liberdade" - homenagem à cidade do Porto, onde vive o Adão. Que acham?

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  2. Acho fantástico.E se fosse "Avenida dos Aliados?" Porto - Adão -Ethel ?

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  3. Não qual nome dar ao espaço que permite a expressão do sentir. Não sei como chamar a esse lugar que reconhece um estado de pertença, onde o som se aproxima do silêncio e o olhar do vazio. Seja o nome qual for ele já existe com o Estrolábio.

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  4. "avenida dos aliados" remete para a vossa aliança /Adão+Ethel), é um lugar central e magnifico do Porto, muitíssimo conhecido...

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  5. Luís:

    A ideia não é criar um espaço exclusivo para a Ethel e o Adão (o modelo quadro/poema ou vice-versa, esgota-se mais tarde ou mais cedo); a ideia é criar um espaço alternativo ao Terreiro da Lusofonia, onde se "exibam" artistas da casa. Podemos, por exemplo, levar à cena uma «blogonovela» em que colaboram sete estrolábicos, um por cada dia da semana e que irão escrevendo, rotativamente, a história. E outras coisas - contos, memórias, entrevistas a gente do blogue... Um espaço multiusos que seria inaugurado pela magnífica dupla Adão-Ethel, mas que depois terá outros ocupantes. Aliados é uma expressão complicada, basta que nos lembremos dos nossos mais antigos Aliados e a homenagem ao Porto não é uma questão central. Mas se for essa a opinião da maioria...

    Gostaria que os outros colaboradores se pronunciassem - é uma questão a debater, quer o nome do espaço, quer o que vamos fazer nele depois da exposição colectiva de poemas e quadros dos nossos amigos (e não "aliados"). Vamos auscultar o "eleitorado".

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