sábado, 21 de agosto de 2010

Israel / Palestina - cara a cara !


Luís Moreira



Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas vão encontrar-se cara a cara no ínicio de Setembro em Washington. Negociar sem condições prévias . Como é isso possível se ambas as partes sabem há muito tempo as condições de que não podem largar mão?

Os colonatos, acredito que deixem de expandir-se, mas vão recuar? A moratória que acaba agora após dez meses em vigor, sem construção de colonatos na Cisjordânia, será prorrogada? E que preço paga Obama junto do lobby Judeu americano?

Israel aceitou sem reservas o diálogo mas o Hamas já veio recusar liminarmente. Exige um total congelamento da colonização (Jerusalém Oriental incluída) e um " Estado palestiniano independente, democrático e viável". Esta moratória termina em 27 de Setembro, se prorrogada, as conversações terão ínicio, no caso contrário, morrem logo ali.

Para que tudo seja mais dificil, há eleições intercalares nos US para o senado, o que obriga o Presidente Obama a redobrar de cuidados para não irritar o lobby judaico muito influente na opinião pública americana.

Desta vez, após anos de negociações nos bastidores e de muitas mortes e muita dor, Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU juntam-se com o objectivo supremo de transformar o território governado pela Autoridade Palestiniana em Estado Soberano até Junho de 2011.

4 comentários:

  1. Só haverá paz na Palestina quando os israelitas e palestinianos se entenderam sem mediações. Condicionar as conversações de uns e outros ao calendário político norte-americano, a ter de se levar em conta o chamado "lobby judaico", é condenar as "conversações" (é o nome que dão a estes encontros) à nascença. E, sobretudo, há que reconhecer que os israelitas têm de reconhecer, antes de mais, antes de tudo o resto, que estão a atropelar os palestinianos, Há uma justiça elementar que é preciso respeitar. E a seguir é preciso também incondicionalmente acabar com os colonatos (a Palestina não é o Far-West!), com os assassinatos selectivos, libertar os prisioneiros, que o são apenas por resistirem (são presos políticos, nem mais). Só depois se pode pensar seriamente em conversações. Para conversações tem de haver igualdade de parte a parte, e não podem acontecer apenas para satisfazer o governo norte-americano, ou calar a opinião pública.

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  2. Uma visão muito optimista e ingénua do problema. Israel não vai congelar a construção de colonatos. Antes pelo contrario, a actual política de demolição sistemática de aldeias palestinianas antevê a criação generalizada de colonatos na cisjordânia e essa política tem o apoio dos americanos e europeus. O conceito de "lobby judeu" enquanto culpado pela ilegalidade das acções israelitas é apenas uma forma de tentar desculpar as responsabilidades do ocidente, que financia e dá cobertura à politica sionista. As "conversações" são apenas uma forma de Israel dar de si próprio uma imagem de estado que pretende a paz, mas infelizmente não e assim.

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  3. Numa palavra não vale a pena, apesar de a Entidade Palestiniana achar que sim! Mais Hamas que o Hamas! assim, com este optimismo vamos longe, o poderoso a continuar a bater no fraco.Grande solução!

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  4. Os dados estão viciados. O lóbi judaico é, de facto muito poderoso. O apoio dos Estados Unidos a Israel desequilibra os pratos da balança. Quando qualquer negociação entre palestinianos e israelitas começa, já se sabe de que lado está a força. Ao Hamas só resta uma desesperada resistência. São intransigentes? Quando vemos os nossos a ser chacinados, podemos ser razoáveis e transigentes?

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