Seria melhor primeiro tentar perceber porque o investimento tem diminuído impossibilitando a mudança de perfil produtivo e igualmente a criação de mais fontes de riqueza. O motivo porque não há mais investimento está intimamente ligado aos dois factores fundamentais da nossa falta de produtividade, a economia informal e a falta de regulamentação das condições concorrenciais. As mudanças artificiais no tecido empresarial, efectuado com fundos da CEE, transformando cada operário especializado ou chico-esperto em empresário, principalmente no período cavaquista, com um IAPMEI louco financiando capacidade industrial instalada várias vezes superior às nossas necessidades, teve o seu epílogo no tempo guterrista, em que para manter os indicadores de emprego, apareceu o “plano Mateus” de regularização de dividas, que foi o balão de oxigénio para empresas inviáveis continuarem a destruir aquelas que tinham todas as condições para hoje ainda existirem. Era impossível uma empresa que pagasse as suas contribuições à segurança social e ao desemprego, que tivesse os empregados e instalações no seguro, etc. concorrer com outras que nada disso pagavam (nem o IVA) e continuavam a laborar com a cumplicidade do Estado.
A lei Mateus foi cumprida por apenas 6% dos aderentes, marca o fim de uma geração de empresários, que não se metem noutra, e marca também a data em que Portugal interrompeu um período de crescimento que ainda não conseguiu reencontrar.
(continua)
É isto mesmo, a incapacidade de renovar o tecido empresarial de criar um ambiente favorável às PMEs, produtoras de bens transaccionáveis, viradas para a exportação. A CGD deveria apoiar estas empresas em vez de andar nas AG das TMN,GALP e outras e fazer negócio "Finos" com a Cimpor...
ResponderEliminar