terça-feira, 24 de agosto de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 117 e 118 (José Brandão)

Na “Fermosa Estrivaria”
(Notas D’um Subversivo)

Joaquim Madureira

Lisboa, 1911

Era fatal... era lógico...
Cada um para seu lado, cada qual seu caminho ...
A república com o seu estado-maior de grandes estadistas sem ideias, de grandes reformadores sem reformas, de grandes diplomatas sem agrément, com os seus batalhões de burocratas e de adesivos, com as espingardas dos soldados, com a pólvora dos paióis, com a força, com a autoridade, com o capital, renegará uma a uma, dia a dia, momento a momento, todas as promessas vagas, indefinidas, com que, anos a fio, nas tábuas dos comícios e na mesa das conferencias, foi martelando até levar ao rubro do 5 de Outubro, a ânsia de revindicação, o espírito de revolta, a fome de Justiça, a sede de Verdade, que vibra e se agita nos peitos fortes, musculosos e descamisados dos proletários.

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Na Intimidade de João Franco



Conde de Carnide

Parceria António Maria Pereira, 1955

Com uma insistência que muito me honra e desvanece, pede-me o Senhor Conde de Carnide algumas palavras para publicar como prefácio ao seu livro de memórias sobre João franco. Sei de sobra que – além duma familiar costela franquista – não possuo nenhuma das qualidades que me possam expressamente recomendar para tal missão. E se aceito a incumbência é porque a considero apenas como dirigida a um modesto estudioso, que por única ambição deseja não desmerecer totalmente dos Mestres ilustres que teve, e ainda hoje saudosamente recorda, e que com certa boa vontade se esforça, ao longo da sua vida, por esclarecer alguns problemas históricos, propositadamente obscurecidos pelo facciosismo ou pela má-fé de muitos que deles se têm ocupado. E o caso do último Presidente do Conselho de El-Rei D. Carlos é, indiscutivelmente, um desses problemas.

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