quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Professores - tão adiados como todos os outros...

Luis Moreira

Arquitecto, 35 anos, Licenciado na faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, com a frequência do 5º ano na Faculdade de Arquitectura de Milão.

Experiência de vários anos em ateliers de arquitectura holandeses, onde participou em grandes projectos como a Casa da Música e o Forum de Almada, Hotel do Chiado e vários grandes centros comerciais, como o de Coimbra e Faro.
Regresssado a Lisboa e após convite do atelier holandês, trabalha durante três anos em grandes projectos portugueses. Não acompanha o regresso à Holanda e funda o seu próprio atelier de arquitectura, Urbanismo e Design com mais dois colegas.
Há ano e meio que não tem trabalho, apesar de casado e com uma filha, não conhece ninguem nas câmaras, pelo que vive da ajuda do pai.

Licenciado em História, fala fluentemente, Português, Espanhol, Inglês, Polaco, Finlandês e Letão, nunca teve um emprego , vive em casa dos pais, de vez em quando recebe uma bolsa para ir àqueles países cujas línguas domina, por curtos períodos de tempo para fazer traduções ou trabalhar em bibliotecas.

Professora, 35 anos, ainda sem colocação definitiva espera todos os anos por colocação, o que acontece longe de casa e por períodos variáveis. Vive com o marido e dois filhos em Lisboa.
Serralheiro, 36 anos, prepara-se para emigrar para Angola, por a empresa onde trabalhava ter falido e fechado as portas.

Então? Não é isto que acontece à maioria dos jovens? Conheço todos os que estão aí em cima, incluindo a professora, a diferença é que o meu filho, o meu sobrinho e o filho aqui da porteira estão todos a preparar-se para emigrar e a professora foi colocada em Faro!

A diferença é entre 200 kms e 7 000 kms...

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