terça-feira, 7 de setembro de 2010

Reflexões a partir da forma de fazer xixi

Clara Castilho




Menina faz xixi sentada. Menino faz xixi de pé.

Se for na rua, ele leva grande vantagem – em qualquer recanto se desenrasca! Menina quer proteger a sua privacidade, tem que se agachar, tudo é difícil. Em lugares públicos também fica a perder. Fazer xixi numa sanita na qual não se senta também é difícil e deixa rastos…

Já em casa, ela reina, satisfaz a s sua necessidade com calma e relaxada. Ele terá que levantar a tampa da sanita para não a deixar suja. E que a baixar, para não ouvir recriminações.

Eterna luta de todas as casas que conheço e em que coabitam o género masculino e o feminino!

Pois agora o problema está resolvido. Vende-se no AKI um aparelho da empresa espanhola Simple Creations, chamado PIS ALARM e custa 8 euros. E que faz ele? Toca música quando um membro do sexo masculino utilizou a sua pilinha para urinar e não baixou o tampo da sanita!

Estamos mal se agora alguém se lembrar de arranjar aparelhos externos que nos façam lembrar como nos devemos comportar! O cinto do carro a cantar quando nos esquecemos de o colocar? Até pode ser.

Mas…. que tal um aparelho que apite quando alguém comete corrupção?

E outro que dê choques eléctricos quando um marido tem pensamentos luxuriosos em relação a outra mulher?

E outro que nos faça sentir qualquer coisa negativa quando nos comportamos sem ser de acordo com o que nos tínhamos comprometido?

E já agora um que nos injecte serotonina e nos faça sentir no paraíso quando nos comportamos bem!

E apitam aonde os aparelhos? E são vigiados por quem? E quem sanciona o castigo?



E assim se vai o livre arbítrio. E a liberdade de fazer bem ou de fazer mal. Com as devidas consequências.

Prefiro continuar a berrar com quem deixou o tampo da sanita para cima!

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