De um colaborador recebemos esta informação sobre um acontecimento de há 100 anos:
No dia 24 de Setembro de 1910 registou-se em Portugal uma greve de rapazes entre os 6 e os 11 anos que trabalhavam na fábrica de estamparia dos Olivais. As crianças, em número de cinquenta, que ali laboravam, e cujo tarefa consistia em dar tinta aos oficiais estampadores, resolveram não trabalhar enquanto o seu salário não fosse aumentado.
Dizia o jornal O Século, que dava a notícia:
“Toda aquela petizada, plenamente convencida da legitimidade do seu direito a exigir mais recompensa pelo seu trabalho”, reclamava um aumento do seu salário para os 120 réis diários, em vez dos 80 réis que recebiam.
No dia seguinte será noticiada no mesmo jornal que os pequenos grevistas tinham conseguido um aumento de 20 réis, voltando a situação à normalidade.
O autor da notícia aproveitou a oportunidade para exprimir em Setembro de 1910 a sua esperança de que:
«… a sociedade de amanhã, composta de homens conscientes dos seus direitos, saberá sacudir todos os jugos violentos, a que ainda hoje se encontra submetida, e procurar, pelo próprio esforço, inteligentemente orientado, a sua emancipação económica e o seu bem estar social».
Faltavam menos de duas semanas para a proclamação da República. Faltava, por certo, muito mais do que um século para se atingir a tal sociedade de homens conscientes.
Uma luta que nunca terminará...
ResponderEliminarTrata-se de um documento histórico muito importante. Infelizmente trata-se de um problema que ainda não está completamente ultrapassado.
ResponderEliminarO meu pai, já falecido, que nasceu em 1910, aos 12 anos dava serventia aos pedreiros.Oxalá não se deite tudo a perder, embora o argumento melhor sejam os molhões de pessoas que vivem bem e têm muito a perder.
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