António Sales
No imóvel sossego da noite
liberto o apelo da solidão da alma.
Não me movo, não canto, não assobio
aos pássaros peregrinos
porque o silêncio branco da noite
não deve ser interrompido.
Retenho os pensamentos
que enchem de lixo
os nossos rios interiores,
lodosos leitos de pecado
correndo para as portas do inferno.
Chamo as estrelas,
flores de prata no jardim do amor
onde gotejam brancas neves a envolver
a noite imaculada.
Assim me abandono à paz onírica
da infinita beleza da solidão nocturna
deitado no Quarto Crescente
a contemplar o universo.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
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Que lindo poema, António Sales! Aliás, tenho gostado de todos.
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