segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Terreiro da Lusofonia: Batuko Tabanka

Temos dedicado atenção quer a Cabo Verde, quer à Galiza, dois países irmãos, duas culturas intimamente ligadas a Portugal – a galega a montante, nos alvores da nossa identidade, a cabo-verdiana a jusante, consequência das nossas navegações e do povoamento que fizemos das terras que achámos. Ligações entre essas duas culturas? Existem e não são poucas.

Há uma colónia de cabo-verdianos na Galiza, maioritariamente constituída por homens do mar. Um grupo de doze cabo-verdianas, residentes em Burela (Lugo), ensaia desde há cerca de uma dezena de anos, recuperando ritmos ancestrais como a «Batuka». Vamos falar destas corajosas mulheres que não querem que a memória e a voz da sua cultura se percam. O grupo nasceu durante um jantar em Burela. Uma das actuais componentes do grupo, perguntou: por que não batucamos como as velhas da nossa terra? E a pergunta, floresceu, resultando no «Batuko Tabanka».

Diz Antonina de Cangas, a solista do grupo: «As mulheres não podiam falar e, comunicavam, batendo no peito como manifestação de protesto. Depois utilizaram um trapo molhado» e depois, acrescentou, um saco de couro colocado entre as pernas. A «batuka» é uma música de trabalho, como a da «pandereteira» galega ou a das adufeiras portuguesas; está à margem das dolentes mornas que Cesária Évora internacionalizou. Vamos então ouvi-las:

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