sexta-feira, 19 de novembro de 2010

China - fábricas de propriedade privada

Luis Moreira


Quem nos recebe nas fábricas são os membros do partido Comunista Chinês e nas paredes lá estão penduradas as fotografias dos seus principais dirigentes. A propriedade é muito condicionada, desde logo porque os investimentos têm que contribuir para as grandes metas fixadas pelo governo.

Os seus proprietários são pressionados a reinvestir grande parte dos lucros em intervenções de caracter social (construção de escolas profissionais que são entregues ao estado ou ao municipio).Por outro lado, estas empresas privadas recorrem ao crédito em bancos fortemente controlado pelo estado e, se pensarmos que no interior dessas empresas estão presentes quer o Partido quer o Sindicato, percebe-se bem que o poder do accionista privado é muito limitado.

Neste equilibrio, joga-se a relação entre os baixos salários e o dumping social , alavancando a modernidade tecnológica numa perpectiva mais ampla do interesse global de toda a nação. Dito sem pruridos, os aumentos salariais a curto prazo não podem comprometer os objectivos estratégicos fundamentais a longo prazo duma nação que, conta com o crescimento económico para refrear os "planos do imperialimo ou da hegemonia" ocidentais.

Os empresários tambem são aceites nas fileiras do partido, o que é visto por alguns como a "porta aberta para o aburguesamento" do partido, o qual deveria garantir o sentido da marcha socialista da economia de mercado.Claro, que os empresários aceites no Partido são uma gota de água nos 80 milhões de militantes, trata-se duma presença simbólica. Mas estes empresários são fundamentais, porque reduziram a margem entre a capacidade tecnológica da China e o exterior.

continua

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