domingo, 14 de novembro de 2010

Dedo


Marcos Cruz

Um dos meus últimos posts falava de querer e poder, de eu não saber o que quero mas querer saber, qualquer coisa assim, estúpida e inconsequente como muitas das outras que aqui despejo. Inútil, como todas. Hoje, e para se ver como estúpidas e inconsequentes são as conclusões que tiramos, sinto que não quero saber o que quero e que essa é a razão de eu querer, por exemplo, escrever. Eu sinto, não sei. Ou será que só sei o que sinto? Se é, eu sinto, portanto sei, que só eu sei o que sinto. E, nesse sentido, minto se disser que sinto que querer é poder. Mas também quero dizer que amanhã quero poder sentir tanto que querer é poder como hoje sinto que poder é não querer. Porquê? Porque mudo. Sem querer ou por querer. Ou por crer. Vá-se lá saber.

(ilustração  porm. Adão Cruz)





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1 comentário:

  1. É mesmo, Marcos: vá-se lá saber! O quê? Não sei. Tudo e nada. Sabes, é que eu também já ando a ficar baralhada.

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