sábado, 13 de novembro de 2010

A Democracia em que vivemos – o triunfo dos porcos (II)

Carlos Loures




«Se houvesse um povo de deuses, ele se governaria democraticamente. Um governo tão aperfeiçoado não convém aos humanos», disse Jean-Jacques Rousseau. Na realidade, a democracia directa, quando da sua primeira formulação  e enquanto participação de todos os cidadãos nas tarefas do Governo, só era concebível dentro das exíguas dimensões geográficas das cidades gregas onde o estatuto de cidadão era atribuído com parcimónia. Ao querer transpor para espaços maiores e com uma abrangência conceptual mais ampla, os senados, os parlamentos, foram a maneira que se encontrou para ultrapassar a impossibilidade de «estar o povo a reunir-se constantemente para tratar da coisa pública». Simbolicamente, o povo reunia-se todo, delegando em representantes a defesa dos seus interesses e pontos de vista.

Porém, também a respeito da solução do parlamentarismo (e referindo-se à experiência inglesa), Jean-Jacques Rousseau se pronunciou cepticamente: «O povo inglês, crê-se livre e bem se engana; só o é enquanto dura a eleição dos membros do Parlamento; assim que estes são eleitos, é um escravo, não é coisa alguma» (…) «A ideia dos representantes é moderna; vem-nos do governo feudal» (…) «Nas antigas repúblicas, nunca o povo teve representantes; era uma palavra desconhecida» (…)» Logo que um povo se atribui representantes, deixa de ser livre; mais, deixa de ser.»

Estas considerações de Rousseau sobre o parlamentarismo permanecem completamente actuais. Nas democracias que temos,  terminado o período eleitoral em que todas as promessas se fazem, em que se bate às portas, se apertam mãos e distribuem sorrisos, o deputado esquece-se que teoricamente só é Poder através do mandato dos seus eleitores, passando a ser um dócil peão que o secretário-geral do seu partido movimenta no tabuleiro político conforme melhor entende. E, no entanto, sente-se investido de uma indiscutível autoridade.

Um exemplo: Tito de Morais, no seu discurso do 25 de Abril de 84, afirmava que se a engenharia é matéria de engenheiros, a saúde da competência dos médicos e a Igreja da responsabilidade dos sacerdotes, a política, por sua parte, é assunto de que só os políticos se devem ocupar.» É uma enormidade, pois nega a essência da própria democracia, mas Tito de Morais apenas verbalizou o conceito que os políticos tinham (e continuam a ter) de representatividade. Esquecem-se de que, numa dimensão moral, logo que o partido que representam deixa de cumprir uma promessa eleitoral ou um pressuposto programático, o contrato com os seus eleitores prescreveu, que, numa perspectiva ética, deixaram de representar esses eleitores e o seu mandato deixou de ter sentido. Mas quem pensa, hoje em dia, em coisas tão incómodas e despropositadas como misturar política com ética e com moral?

Máximo Gorki disse que o importante é que o homem se vá afastando do animal. Talvez que, num futuro certamente distante, mercê da engenharia genética ou do que em seguida vier nessa área, os seres humanos se demarquem e distanciem da cadeia evolucionária animal e constituam, de certo modo, o povo de deuses que Rousseau considerava como único destinatário de uma verdadeira democracia. O saber e a informação generalizados podem ajudar a essa mutação. Mas enquanto não somos deuses, estaremos condenados a escolher entre totalitarismos assumidos e democracias onde os partidos e a classe política substituem com eficaz hipocrisia a despótica, inflexível e omnipresente autoridade do Grande Irmão?

Todos viram em 1984, a genial ficção de George Orwell uma clara alusão aos perigos de uma ditadura estalinista se estender a todo o Mundo. O XX Congresso do PCUS começou a diluir esta ameaça e em 1989, com a queda do muro de Berlim, o «socialismo real» entrava em colapso total. Orwell, que era indubitavelmente um democrata, não podia prever que um pesadelo do Big Brother a uma escala planetária nos podia também chegar através daquilo a que no pós-guerra se chamava o «mundo livre». Que a globalização da repressão nos podia vir daí. Que a opressão nos podia chegar por via democrática.

Num outro livro anterior (1945), Animal Farm, Orwell explicara já como se traem revoluções, como se subvertem ideais em nome desses mesmos ideais. Todos viram, como disse, nas ficções orwellianas críticas ao estalinismo; creio que não as podemos interpretar de forma tão estrita – o espírito democrático veiculado pelo neo-liberalismo é, em si, uma traição à democracia. Transforma a liberdade numa alavanca para manter todas as iniquidades que tornaram necessária a implantação da democracia. A «democracia», na versão neo-liberal, concedendo todas a liberdades, começou paulatinamente a destruir a Liberdade.

Os governos democratas, ligados a interesses económicos e por eles patrocinados, começam a configurar inamovíveis estruturas oligárquicas. O axioma de Henry Ford ganha força – podemos escolher os governantes que quisermos desde que escolhamos gente corrupta ou que convive com a corrupção, vendo-a, os que não são corruptos activos, como um mal necessário. Se defendemos castigos exemplares para criminosos, aqui del rei, as toneladas de peso do politicamente correcto e do pensamento único caem-nos em cima.

Pode servir de ilustração ao que digo o exemplo deSaint-Just, um jovem membro da Convenção de 1792, que no meio do turbilhão revolucionário, votou pela execução de Luís XVI e foi eleito membro do Comité de Salvação Pública em 1793.

No meio daqueles senhores, odiado pelos girondinos e hostilizado pelo seu próprio partido, o dos montanheses – manteve sempre a sua intransigência – a sua utopia era a criar uma democracia de artífices, camponeses, pequenos proprietários, de gente fiel ao espírito da República.

Para ele a Liberdade não era cada um fazer o que lhe apetecesse. A Liberdade era a maior das tiranias, aquela que não permitia licenciosidades. Chamaram-lhe o "arcanjo do Terror". Em Julho de 1794 foi guilhotinado. A defesa intransigente dos princípios não compensa.

A tão celebrada «mudança de mentalidades» tantas vezes evocada por quem quer manter nas mãos de minorias as rédeas do poder, é uma falácia. Claro que as mentalidades mudam e se adaptam à realidade – mas é isso um bem? Nem sempre. Importante era mudar a natureza humana e evitar que, sob ditaduras ou sob democracias plenas o desfecho seja sempre igual – o triunfo dos porcos.

26 comentários:

  1. A natureza humana, que só a cultura mudará num processo lento de séculos.Belo texto, Carlos.

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  2. Que grande texto! Tem que voltar aqui mais vezes. Mas, meu caro amigo Carlos Loures, não há engenharia genética nem qualquer outro desenvolvimento científico que transforme os homens em deuses, nem eu quero isso aconteça nunca. É que, também, pode transformá-los em diabos. O que aconteceu no Holocausto, em que se fizeram experiências científicas sobre seres humanos,é a prova disso. Acho que estamos condenados a ser imperfeitos e a contentarmo-nos com a luta intransigente e incessante que os mais conscientes levam a cabo.Parabéns pela tua valiosa reflexão.

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  3. Eu sei, cara Augusta Clara - a engenharia genética não poderá fabricar deuses - é do pressuposto dessa impossibilidade que parto para a defesa da ideia de que, com todas as nossas imperfeições e atavismos, temos de lutar pela democracia. É uma luta para as próximas gerações continuarem - estamos a cavar um túnel, mas a luz não a veremos. Não é motivo para não continuar a lutar. Amanhã concluo estra pregação no deserto.

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  4. Nunca é no deserto. Com isso não concordo. E também não concordo que esse raio desse "comentadouro" não tivesse deixado passar o comentário que te fiz.

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  5. Uma excelente pregação, não no deserto-gente, que tens muita gente contigo, mas no deserto-terra onde a semente não germina.

    Carlos, em todas as análises que se fazem por aí vem sempre Orwell e outros de idêntico pensar, que servem de apoio, quer à direita quer à esquerda, a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, gostam de bater no socialismo, nomeadamente no socialismo soviético. O socialismo e o comunismo são, para a humanidade, na minha maneira de ver e sentir, que é limitada, a única alternativa teoricamente válida a toda esta merda fascisto-democrático-liberal-capitalista. Pelo menos a única que me foi dado ver e a única que me é dado ver como necessária e possível. E o resto são cantigas. O socialismo soviético revolucionou o mundo no bom sentido, e colocou o mundo no caminho de uma grande transformação da humanidade. Não foi por ser utopia irreflectida,impotente,inoperante, ineficaz, injusta e sem futuro, que o socialismo soviético foi vencido. Sou testemunha, independente, de muita coisa boa que vi, em termos de moral, de justiça, de desenvolvimento e cultura popular, impensáveis numa sociedade capitalista. O socialismo, como primeira grande experiência, não vingou porque foi vencido pelos poderosíssimos inimigos externos, pela accção sabotadora dos seus inimigos internos de alguma forma ligados aos primeiros, e pela degenerescência do ser humano que corroeu a mentalidade, a consciência e a dignidade de muitos dos que arcavam com grandes responsabilidades na sua complexa e vulnerável estrutura. A alternativa socialista, permanece ainda, quanto a mim, aos olhos do presente, a única possível, e sê-lo-ia se a hunanidade fosse suficientemente culta e não estivesse drogada, anestesiada, emparedada e submetida a lavagem automática permanente do seu cérebro.

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  6. O socialismo sim e sempre, Adão, mas o soviético, apesar da semente de utopia a concretizar, não foi de modo nenhum o que se esperava que fosse. Claro que, também, não é este que dizem existir. Faz-me um bocado de impressão que nem toques nos crimes do estalinismo que foram muitos e bem deploráveis. Ninguém quer ler o livro da mulher do Bukarine "Bukarine, Minha Paixão" porque julgam que é um romance, mas não é. É um grande documento histórico escrito por quem viveu os acontecimentos na pele.

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  7. O socialismo soviético caiu por estar mais pôdre que o capitalismo.Quando o capitalismo estiver tão pôdre também cai.É, por o capitalismo não responder que apareceram as sociais democracias, onde vivem milhões de pessoas com um nível de vida como em mais nenhum sistema, e há tanto tempo.Não há alternativa à democracia e ao Estado de Direito.

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  8. Luís, não te eproveites. Eu só estou contigo quando tu estás com aquelas crises de águia desasada porque, em relação estas análises do capitalismo a cair de podre, não, não. Com tanto crápula à solta, ou lhe damos um valente empurrão ou arranja sempre forma de se regenerar.

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  9. Sim, temos que lhe dar um empurrão,Augusta. Mas a forma como o capitalismo se molda é que lhe dá a capacidade de sobrevivência. Hoje os grandes defensores do capitalismo somos todos nós, os milhões de pessoas que vivem bem. Em termos globais ninguém consegue ou quer colocar o capitalismo verdadeiramente à prova. Há muita gente que tem muito a perder. o Adão, sabe, que na Alemanha de Leste o comunismo caiu por causa dos frigoríficos que os primos ocidentais tinham e eles não.Essa é a grande força do capitalismo, o nosso conforto, os nossos livros, as nossas casas, o sistema de saúde, o Estado providência..não vale a pena fazer de conta que não percebemos.

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  10. Augusta, eu também gosto mais de mim, como "águia desasada", sou demasiado "terra a terra" nestas coisas da política, o que eu vejo é as pessoas tratarem da vidinha e enquanto o capitalismo tiver um exército de gente a viver bem, não há nada a fazer.Olha Cuba, os US sempre perceberam que bastava fechar a torneira, tudo seria uma questão de tempo. O amor "passa pela "barriga" dizem as mulheres sábias e na política também é assim.

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  11. E um exercito ainda maior a viver mal ou outros nem sequer a viver, só a sobreviver sabe-se lá como. Pois o "amor e uma cabana" não existe.

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  12. Luis, exageras! Exageras quando dizes que o capitalismo há-de cair de podre. Queres tu mais podridão? E se fosse só podridão! Nunca o socialismo chegou à podridão capitalista por mais voltas que dês ao esquema( e não falo de Estaline, porque Estaline é um fenomeno paralelo, ainda que terrível e extremamente perturbante no percurso desejável). Queres tu mais crimes à superfícire da terra do que os do capitalismo? Tens tu algum exemplo de maior barbaridade e de mais crimes contra a humanidade do que os praticados pelo capitalismo? Pára e pensa um pouco.
    Quem caiu de podre não foi o socialismo, quando muito os andaimes com que pretenderam erguê-lo. Muitos dos mais nobres sentimentos do ponto de vista social e internacionalista que ainda hoje persistem na tua e na minha cabeça foi o sicialismo que os trouxe à tona, e à revelia de tudo quanto é história. Os mais nobres valores da sociedade ainda residem na esfera do pensamento socialista. A revolução socialista soviética abalou o mundo e deixou marcas indeléveis por todo o lado, marcas que são pilares de um pensamento novo e de uma filosofia cheia de nobreza, quer tu queiras quer não. Haja homens decentes que o caminho está traçado.

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  13. Quanto à Alemanha de Leste, desculpa, mas acho ridículo reduzir a questão a frigoríficos. Já a corri mais do que uma vez de lés a lés. Se hoje lá fores ainda encontras marcas culturais e civilizacionais que não é habitual encontrar-se noutros lados.

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  14. De facto, a mim interessa-me mais discutir o mundo actual do que aquilo que já passou. Esse é que é o problema: o que fazer?

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  15. Só um pequeno acrescento ao que o Carlos disse do Saint-Just, o tal que foi guilhotinado por querer uma revolução a sério:
    "Saint-Just ao lado de Roux: 'A liberdade só pode ser exercida por homens livres da carência'.
    O direito à felicidade é o primeiro dos direitos do homem. Ainda Saint-Just: 'A revolução só acabará quando se atingir a perfeição da felicidade'" São citações do livro de Jean Ziegler "O Império da Vergonha", onde se explica muito bem o que faz o FMI quando entra num país.

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  16. Augusta, nada mais actual e premente do que este tema. O mundo avança de forma tresloucada pela mão dos déspotas, dos bárbaros, dos corruptos e dos criadores de obscurantismo, avança de maneira esquizofrénica, paranóica e com delírios de perseguição, porque eles ainda não conseguiram libertar-se do medo do socialismo. A força intrínseca do socialismo está longe de morrer, e é parte integrante do homem limpo.

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  17. Eu não disse nada em contrário, Adão. Estou inteiramente de acordo contigo. Estava a referir-me à discussão sobre a União Soviética que poderá dar muitas conversas interessantes entre nós mas, agora, temos que nos concentrar no presente, não é?

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  18. Eu proponho que o Carlos, qualquer dia, lance aqui um programa de discussão de ideias sobre o que cada um pensa que se devia fazer em Portugal para mudar o rumo do país. Acho que ia ser um exercício bem interessante.

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  19. O pobre do Carlos trabalha que se farta para arranjar alimento para estas nossas ruminações e qualquer dia mata-me porque o meu Evento está atrasado por causa do paleio.

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  20. Finalmente vim até aqui e vejo todos estes comentários e todos eles a propósito do meu texto. Ainda bem que provoquei esta discussão, se assim se pode chamar, pois, no que diz respeito ao capitalismo, estamos de acordo (e o tema dos meus textos é a falência da democracia). No que diz respeito ao socialismo real, penso que há divergências - pois na União Soviética não havia socialismo, mas sim capitalismo de Estado - e não era coisa recente. Adão diz-me o que era o stakanovismo, salvo erro lançado durante a NEP do Estaline, senão o taylorismo capitalista, mas com outro nome? O capitalismo é um animal mutante, vai adaptando-se e sobrevivendo - uma ditadura fascista, uma ditadura socialista, um regime democrático... Sobrevive sempre, embora destrua o habitat (fascismo, comunismo, democracia...). O habitat degrada-se e colapsa, o bicho sai de lá e começa tudo de novo num novo cenário. Porque o capitalismo reúne e é consequência de tudo o que o ser humano tem de mau - a ganância, o egoísmo. a inveja... dando outros nomes a estas deformidades: espirito empreendedor, competitivo, assertivo. O bicho tem de ser morto dentro de cada um de nós.
    A ideia da Augusta de uma iniciativa, no género das do Sílvio, em que cada um de nós escreve um texto apontando o que entendemos ser necessário para põr o Titanic a flutuar.

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  21. Dizia que a ideia da Augusta Clara é excelente. Naturalmente que não produziremos, a maioria de nós, os textos técnicos que seriam necessários. vai haver uma forte incidência nos aspectos políticos, éticos, filosóficos, históricos. Mas talvez saiam ideias interessantes. É uma boa ideia.

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  22. Adão, a contribuição do socialismo para a análise da luta de classes foi enorme e muito do que temos deve-se ao comunismo e aos 70 anos do regime soviético. Sem dúvida.Mas não foi capaz de sair daquilo que os comunistas Chineses chamam de "socialismo de distribuição da miséria". Os chineses, perceberam isso e deram um enorme passo em frente ao perceberem que a iniciativa privada é fundamental para a realização do homem e para matar a fome às pessoas.Outro passo em frente fundamental é manter na sua posse as actividades estratégicas e orientar a iniciativa privada para os grandes objectivos do país.Ora, tanto a União Soviética como Cuba, não se desviaram um milimetro da "cartilha" apesar de verem a miséria do povo. Só podem queixar-se deles próprios.Quanto aos frigorificos, não tenhas dúvidas que quem derrubou a Alemanha de leste foi a tecnologia que lhes entrava pelas TV e as visitas dos primos do ocidente, com brutos carros.

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  23. Luís, a discussão é sobre o capitalismo. A minha tese é a de que não houve socialismo na URSS, mas uma forma híbrida - o capitalismo de Estado. Não colhe defenderes um sistema indefensável atacando uma experiência de algumas décadas (à escala da história não são nada)que falhou. E, entre outras coisas, falhou por ter querido competir em eficácia com o capitalismo. Dizer-se que não há melhor
    do que este lodaçal é o mesmo que dizeres a um tuberculoso que a lepra é muito pior. Se não centras o debate e continuas a atacar com a China, é um diálogo de surdos.

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  24. Carlos, a proposta que eu fiz não contemplava para já a feitura de documentos porque já se sabe que elaborar um documento estratégico é tarefa difícil e claro que o pessoal se vai baldar.Para começar pensava numa discussão aberta, uma conversa informal,o chamado "brainstorming" em que se lançam ideias para a mesa e, pouco a pouco, se vai estruturando o pensamento do colectivo. Pode-se escolher uma hora do dia para esse fórum (por ex.às 21 ou 21,30h) e aparece quem quiser.É para se conversar à vontade, sem inibições, sem cada um pensar que os outros que sabem, porque todos temos qualquer coisa a dizer. Das ideias simples, sem se começar a casa pelo telhado, às vezes saem coisas interessantes que não precisam de ser muito ambiciosas.Andamnos todos com as mesmas dificuldades. Vamos nisso?

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  25. As duas ideias não se excluem - a tua, agora bem explicada, e interpretação que fiz. Primeiro, quem quiser, publica as suas medidas para a solução da crise e, depois, organizamos o tal forum. Tendo alguma experiência desses foruns (fora), sei que deles quase nada se aproveita - embora possa alguém encarregar-se de organizar as "conclusões", se as houver. Porque a nossa preocupação deve ser sempre a de transmitir ideias para o exterior.

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  26. Tens razão, Carlos, mas o meu ponto é que hoje todos sabemos o que é preciso fazer. Propriedade do sistema financeiro pelos estados e as grandes actividades económicas que afrontam os estados; distribuição razoável entre o capital e o trabalho; uma justiça a funcionar.O capitalismo tem uma grande vantagem, faz funcionar a máquina.Cabe aos Estados políticas de distribuição e de regulação.O mal é do capitalismo ( falo no sentido de "reunião dos factores de produção") ou dos políticos? Com estes políticos, com esta ética, o sistema socialista não será, também, prevertido? Claro que será!

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