quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (23), por José Brandão

Imagens do Portugal Queirosiano



Campos Matos

Terra Livre, 1976

Seja como for, mesmo que estas ruas e estas paisagens rurais sejam menos verídicas do que o real imaginário de Eça, a verdade é que o autor do Portugal Queirosiano ajuda-nos, por um lado, a rever sítios e atmosferas que o olhar de Eça visitou e fixou na tela absoluta do seu verbo, e, pelo outro, a passar em revista algumas das mais betas paisagem portuguesas. Neste sentido, o presente trabalho tem um valor intrínseco que subsistiria mesmo que não fosse mediado pelo talento de Eça: permite-nos descobrir um Portugal familiar e recôndito que a obra queirosiana transvazara para o seu mundo próprio e singular. É Portugal que aqui desfila, em dois planos: no do verbo criador de almas que foi Eça, na objectiva remadora que agora, seguindo-lhe as pistas óbvias e menos óbvias, desfila para nosso deleite e encanto.
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A Indústria Portuguesa


Subsídios para a sua História

Esteves Pereira

Guimarães Editores, 1979

A presente edição compõe-se de três ensaios publicados na revista O Ocidente.

Uma brochura de 1900 retomava os Progressos da Indústria e Sobre as Corporações com a redacção ligeiramente modificada. O estudo sobre o movimento corporativo antecedia agora o ensaio dedicado aos progressos. A paginação obedecia a um critério metodológico, como facilmente se depreende. Acompanhavam ainda a reedição onze páginas inéditas, discorrendo sobre a logografia industrial, reprodução escrita do progresso das indústrias, formando um conjunto de conhecimentos relativos ao desenvolvimento material da civilização», segundo a definição adoptada pelo autor. Decidimo-nos pela sua supressão, retomando a redacção de O Ocidente, não deixando porém de assinalar que, se a logografía está hoje ultrapassada, a preocupação de racionalizar o estudo da actividade industrial…

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Instauração do Liberalismo em Portugal

Victor de Sá

Livros Horizonte, 1987

Visão global desse período conturbado que foi no século passado a transformação da sociedade senhorial para a sociedade burguesa e capitalista, instaurada pela Revolução Liberal, neste volume interferem também os factores da descolonização americana (independência do Brasil), das interferências estrangeiras e das movimentações populares. Estas são imprescindíveis à compreensão do Portugal contemporâneo que hoje nos envolve a todos.

Considerando que a história é geralmente escrita pelos vencedores, procura-se aqui ultrapassar as limitações ditadas pelas versões de cronistas oficiais ou oficiosos. O que era a “liberdade” que eles cantavam? Quem era o “povo” que glorificavam?

Neste volume procura-se obter uma visão mais ampla dos acontecimentos relatados e explicações racionalmente mais aceitáveis.

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