Junqueiro na Berlinda
Luís de Oliveira Guimarães
Lisboa, 1950
Quando conheci pessoalmente Junqueiro andava eu à volta dos vinte anos; Junqueiro já tinha feito setenta. Um dia, numa das visitas que lhe fiz, perguntou-me a idade. Disse-lha.
– Fazemos diferença de meio século. – comentou ele. Desde então a sua generosa estima por mim acentuou-se ainda e, não obstante terem decorrido já vinte e sete anos sobre a morte do poeta, a sua figura tutelar continua a envolver-se para o meu culto dum clarão de vida.
Não sei se este livro, com as características que apresenta, significará alguma coisa para a biografia do homem e a do escritor; sei que, ao reunir estas «notas junqueirianas», me pareceu –
radiosa ilusão! – que estava a ver e a ouvir Junqueiro como se ele vivesse ainda. Dir-me-ão algumas pessoas que este livro é um livro anedótico. Mas o que é afinal a anedota senão a consagração da História!
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Lei e Ordem
Justiça Penal, Criminalidade e Polícia
(Séculos XIX-XX)
Pedro T. Almeida/Tiago P. Marques (Coordenação)
Livros Horizonte, 2006
A partir das ideias-chave de lei e de ordem (no duplo sentido de ordem-modelo e de forças da ordem) é possível traçar um dos arcos que definem o campo penal – aquele que vai da criação das normas penais e policiais ao exercício da força que estas solicitam. Os textos que constituem este livro inscrevem-se precisamente no arco temático assim definido, encontrando-se agrupados em três secções. Na primeira, é focado o problema da construção conceptual e normativa de um espaço legítimo de actuação coerciva do Estado com vista à manutenção da ordem. Os textos aqui reunidos abordam dois elementos essenciais à definição desse espaço: a codificação penal e a vítima, esta última desvalorizada no discurso oficial oitocentista sobre a criminalidade, mas fundamental para a compreensão da relação entre Estado e indivíduo. A secção seguinte centra-se na figura do criminoso enquanto sujeito social…
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O Liberalismo Português no Século XIX
Vários
Moraes Editores, 1981
Outra a evolução da política económica que enquadra a produção agrícola: os interesses de uma agricultura que, lentamente embora, se expande, sobretudo por extensificação, conseguem impor a sua força, apesar da interrupção no proteccionismo cerealífero, que vai de 1865 a 1885. Esses interesses atravessarão, sem mossa considerável, a I República e desaguarão no salazarismo.
Com efeito, a articulação proteccionismo/livre-cambismo tem, também em Portugal, raízes que ultrapassam, de largo, no tempo, antes e depois, o liberalismo do século XIX.
Elas mergulham na relação entre a economia de consumo local e a economia de troca, entre a fixação e o transporte, entre a transformação e o comércio, que longa e profundamente nos marcaram. Confronto estimulado pelas condições nas quais se processou a afirmação da nacionalidade…
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sábado, 6 de novembro de 2010
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Este trabalho do José Brandão não tem paralelo nos blogues. livros raros, com textos límpidos a apresentá-los, uma composição excelente. Está de parabéns o nosso José Brandão.
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