terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (34)

Perspectivas Sobre a Comuna e a 1ª Internacional em Portugal


Jacinto Rodrigues


Lisboa, 1976

Um ano depois, em 1869, em Basileia, surge a controvérsia com Bakunine. Este, embora seja colectivista, e portanto se oponha ao individualismo da propriedade, apoia os prodhonianos no que nestes havia de anti-estatal. Daí que a sua problemática o obrigasse a um ultra-democratismo utopista sem base ofensiva. O idealismo levou-o a propostas do tipo da «eliminação imediata do direito de herança». Como Marx bem observa, Bakunine tomava o efeito por causa, pois que o direito de herança não passa de uma consequência jurídica da organização económica duma sociedade baseada na propriedade privada.
Como vemos, a linha definida por Marx encontrava dificuldades em romper com o confucionismo pretensamente radical das outras tendências. Estava-se em vésperas da instauração da Comuna.

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Pessimismo Nacional


Manuel Laranjeira

Lisboa, 1985

Decerto: numa terra onde homens de génio como Antero de Quental, Camilo e Soares dos Reis, têm de recorrer ao suicídio como solução final duma existência de luta inglória e sangrenta; numa sociedade, onde o pensamento representa um capital negativo, um fardo embaraçoso para jornadear pelo caminho da vida; num povo, onde essa minoria intelectual, que constitui o orgulho de cada nação, se vê condenada a cruzar os braços com inércia desdenhosa, ou a deixá-los cair desoladamente, sob pena de ser esterilmente derrotada; num país, onde a inteligência é um capital inútil e onde o único capital deveras produtivo é a falta de vergonha e a falta de escrúpulos o diagnóstico impõe-se de per si. O desalento e a descrença alastram. No ar respira-se o cepticismo. E, à medida que o mal-estar colectivo se vai resolvendo quotidianamente em tragédias individuais, o sentido da vida, em Portugal, parece ser cada vez mais fúnebre …

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Polémicas

Raul Proença

Publicações Dom Quixote, 1988

O carácter abertamente polémico da obra de Raul Proença é conhecido dos estudiosos da sociedade portuguesa do presente século. Porém, a sua amplitude é bastante maior do que é de consenso geral. Neste livro estão reunidas 51 polémicas que aquele pensador manteve com jornalistas e intelectuais da sua época. Como enquadramento às referidas polémicas, foi elaborada uma cronologia da vida e da obra de Raul Proença, que poderá proporcionar novas perspectivas para a compreensão mais ampla das suas teses. Uma extensa bibliografia sobre a sua obra fecha a presente antologia.
Neste trabalho, apresentam-se os seguintes inéditos que se encontram no espólio daquele escritor, depositado na Biblioteca Nacional: uma carta de Ana de Castro Osório sobre a lei do divórcio, uma de Afonso Lucas sobre política geral e uma terceira de Carlos Bana, sobre a forma que o Estado republicano deveria assumir.

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