quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (35)

Polémicas de Eça de Queiroz


(5 Volumes)

Organização de João C. Reis

Europress, 1985/1988

Por demasiado tempo as polémicas de Eça de Queiroz repousaram nos arquivos do silêncio. Todavia, nelas se depositava matéria fundamental para a compreensão da história da nossa cultura. O trabalho a que, em boa hora, João C. Reis deitou mãos, veio permitir um melhor conhecimento de um extraordinário período da construção da modernidade portuguesa. Páginas que se lêem e relêem com prazer, que se revivem, projectando-se por vezes para o nosso quotidiano. Por isso se diz que estas polémicas, estas páginas de polémica, são fundamentais e... ainda actuais.

O realismo e as ideias novas que, como dizia Eça, nos chegaram no comboio de Paris, abriram entre nós caminho com polémicas contra o romantismo dominante e feito reaccionário.
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Portugal de Relance


Maria Rattazzi


Antígona, 2004

A PRINCESA RATTAZZI (1813-1883), como era designada, foi publicista, romancista, poetisa, autora também de textos dramáticos e tradutora, mas não entrou certamente para a galeria dos autores literários de grande, médio ou pequeno relevo. Todavia, em 1879 escreveu este livro, que desencadeou uma verdadeira tempestade em Portugal, na qual intervieram, entre muitos outros, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e Ramalho Ortigão. Espelho da sociedade portuguesa do século XIX, nele ainda hoje se reflecte arrebatadamente o país.
“As páginas que vão ler-se são simples apontamentos de viagem. Disse o que vi; e o que vi, descrevi-o ou contei sem me prender com as pessoas, nem com o que elas pudessem pensar. Só por este modo se faz trabalho sério; e não recuando nunca ante a expressão da verdade, quis sempre ser útil, mesmo àqueles que não receei julgar com uma certa liberdade.”
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Portugal e a Comuna de Paris


Ana Maria Alves


Editorial Estampa, 1971

Enquanto em Paris o proletariado revolucionário proclamava o primeiro governo socialista, a burguesia portuguesa que frequentava o Passeio Público e o Circo Price indignava-se e alarmava-se sobre o seu futuro e o da Europa. Mas o país não tinha apenas monárquicos; os republicanos e os socialistas apoiam de longe a grande revolução precursora.
Este livro é uma sondagem pela imprensa da época, narrando-nos a forma como a população portuguesa viveu a Comuna e como a interpretou. Conta-nos também como se forja uma campanha anti-socialista como se cria um espírito de «salvação pública»; como se fez em Portugal uma das primeiras «cruzadas» contra o comunismo, em moldes iguais aos que depois tantas vezes foram utilizados.

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