quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Utopia

Adão Cruz

Sempre te amei utopia, pequeno sol deste universo sonhado insondável magia!
Como te amo ainda fímbria de meus restos teofânica nuvem deste cabalístico mundo!
Os mesmos dedos o mesmo perfil o mesmo cabelo o mesmo cigarro o mesmo voo de abutre sobre a minha cabeça tonta o mesmo voo de milhafre de corvo de cisne de gaivota de pomba inocente.
Como te amo abetarda que sou presa à terra sem asas de pássaro!
Na planura dos mil campos e das mil fontes corro atrás do teu cheiro dia e noite como louco animal de pêlo macio sem medo dos espinhos de acanto.
Como te amo nos escombros dos meus dias!
A miragem do teu perfume combina o ar e a luz que fazem respirar a memória.
Ninguém te viveu e amou como eu!
Peregrino de mim mesmo só em ti me detenho.
Por te amar só a ti eu não via eras o céu e o mar eras a noite e o dia.magia!


 (Ilustração porm. Adão Cruz)

4 comentários:

  1. Inveja!

    Hei-de fazer de mim um poeta

    nem que tenha da alma,ser secreta

    esta angústia,de ter o mundo na minha mão

    e, assim, receber beijos como o Adão!

    Do meu livro " a inveja faz-me sonhar..."

    LUCOMO - autor

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  2. Vá lá, um beijinho, também. Com o 25 de Novembro até me esqueci dos poemas. Sobretudo pela Utopia que, se não for ela, já não sei bem o que nos resta.

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  3. Oh, Augusta, enfim fui ouvido.Só não digo a tal frase "tudo vale a pena..." porque vem aí o Carlos...

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