sábado, 18 de dezembro de 2010
A minha música
Adão Cruz
Passei o dia a ouvir música sempre a mesma alternando Madredeus e Erik Satie.
Como foi possível parecerem-me tão semelhantes?
Que percebe de sons este monocórdico espírito?
Mas foi o mesmo o que produziram em mim a sensação amarga de ter atirado fora uma paveia de sentimentos.
Como vou misturar é quase certo que nada existe nada está perto nem eu estou triste com Embryons desséchés e Peccadilles importunes?
Eu próprio me sinto mistura de contradições e acasos harmonia de contrastes santidade e pecado.
Nada percebo de música mas quero que a música seja ar chuva ou vento olhos boca sustento febre delírio amor e tormento.
Não sei onde fica a música nem a terra onde ela conduz sei apenas que é de sol e de luz ar puro e perfume o caminho da música para o alto dos montes.
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Meu Deus, que lindo! Também gosto tanto do Satie, e dos Madredeus, evidentemente. Mais uma lamechice, lá dirá o Mesquita. Nem sabes como eu gosto de ser lamechas,segundo o teu critério, claro, CM.
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