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terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Grande Muralha (1) - Luís Moreira na China



Após um saltinho de Lisboa a Paris, uma aventura de Paris a Pequim, 10 horas de viagem num avião gigantesco e quase sem pregar olho.

Encontrei, como encontro quase sempre, um aeroporto senão inferior pelo menos do mesmo n'ivel do que aí queremos substituir, como se tratasse da resolução de todos os problemas do país, chego a ficar irritado porque com excepcão dos grandes aeroportos da Europa (Frankfurt, Londres,Munique...) não encontro melhores que o da Portela.

Adiante.

Avenidas de quarenta quilometros, mas num dia quente e humido, claro e sem a fumarada que nos vendem aá frequentemente.Um transito fluido de carros sem as bombas daí, mas bons carros e sem atropelos.

Fui visitar (perdido de sono) o Soho ca do sitio, até o nome é US, torres enormes, com jardins e cafés à volta, uns bonitos e outros feios, mas para fazerem disto um lugar de visita...

Amanha vou continuar aqui em Pequim, já com visita a lugares históricos de que vos darei relato circunstanciado.

As pessoas são prestáveis e agradáveis e, dizem-nos que não tenhamos preocupação por que aqui não há roubos nem violência.

Agora vou jantar e ouvir um grupo musical feminino de se lhe tirar o chapéu, claro que já deu para ver que os grandes hotéis e as grandes marcas iternacionais estaã cá todas.

Um abraço amigo, até amanhã.

domingo, 26 de setembro de 2010

Boaventura de Sousa Santos no Estrolabio - O Fim do Pensamento Único



No momento em que escrevo, os portugueses dispõem de duas visões muito diferentes sobre como sair da crise em que nos encontramos. De um lado, o “manifesto dos 28” e, do outro, o “manifesto dos 52”. Para o primeiro, a solução é limitar o endividamento, o que implica uma drástica redução do investimento público, fonte de muitos males, sendo os maiores o TGV, o novo aeroporto e as auto-estradas. Para o segundo, a prioridade é a promoção do emprego e a capacitação económica, o que implica um forte investimento público (não necessariamente nos projectos referidos) pois só o Estado dispõe de instrumentos para desencadear medidas que minimizem os riscos sociais e políticos da crise e preparem o país para a pós-crise.

As diferenças entre os dois documentos são, antes de tudo, “genealógicas”. O primeiro é subscrito por economistas, a grande maioria dos quais ocupou cargos políticos nos últimos quinze anos, e colaborou na promoção da ortodoxia neoliberal que nos conduziu à crise. O segundo é subscrito por economistas e cientistas sociais que, ao longo dos últimos quinze anos, tomaram posições públicas contra a política económica dominante e advertiram contra os riscos que decorreriam dela. À partida há, pois, uma questão de credibilidade: como podem os primeiros estar tão seguros do seu saber técnico se as receitas que propõem, descontada a cosmética, são as mesmas que nos conduziram ao buraco em que nos encontramos e em cuja aplicação participaram com tanto desvelo político?