sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os tesos, que sempre foram tesos, não sabem ser ricos


António A. Sales

Todos os dias aparecem na comunicação social uns sujeitos economistas, outros políticos, a predizerem que isto vai ser pior e teremos de apertar mais o cinto. Depois vêm os no activo proclamar que não senhor, as medidas tomadas serão suficientes para atingirmos os 2,8% de défice em 2013. Mas logo avisam, se tiverem de ser prolongadas ou reforçadas tais medidas assim farão. Nada melhor que preparar o pagode para o pior de modo a evitar crises cardíacas.

Podemos estar descansados pois desde que me conheço, e já passei dos setenta, sempre ouvi falar de crise, salvo curtos períodos benéficos para preparar a próxima. Se formos analisar esse novelo das crises nacionais, económicas e financeiras, já em 1850 isto era um taradice e assim por aí fora.

Por isso afirmo que não saberemos viver sem crise. Aviso políticos e economistas para terem cuidadinho não façam muitos cortes no orçamento nem espremam o PREC em demasia pois pode acontecer que, por amaldiçoado acaso do destino, arranjemos um trinta e um de regularizar as contas públicas. Seria maior a tragédia de viver sem crise do que viver com ela. Deixávamos o perigo da bancarrota para entrarmos no da banca recheada. Então, em vez de mantermos o país num equilíbrio instável, arruinado mas decentezinho, transformaríamos isto numa caverna de vadios bem vestidos a gastar à tripa forra o caroço do euro milhões até espatifar tudo novamente.

2 comentários:

  1. Cuidado! ter dinheiro é uma desgraça. Sem dinheiro não se gasta mal gasto

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  2. António Sales
    Só hoje visitei o comentário. Hoje há formas de viver sem trabalhar, ou trabalahndo pouco, ou de vez em quando. Não dá para passar recibos verdes, nem amarelos, nem azuis. Eu diria que assim, sem dinheiro, não se gasta mal gasto porque não se pagam impostos.

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