quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quero minha cabeça em seus braços

Ethel Feldman



Quero minha cabeça em seus braços, paro o relógio deixo que o tempo se ausente.

Se me for dado somente um minuto, não lamento. Penso nele devagar quando me beija a boca, a coxa entreaberta, o púbis. Quando me beija por dentro. Sou a puta da esquina, sou a virgem Maria.

Se o seu tempo for só de um segundo será nele que inventarei a eternidade.

É assim que o amo. Não me importa se no minuto seguinte já não está comigo. Ele é o homem que amo.

Se o seu tempo for de um compasso, que ele seja de pausa, porque urge o silêncio. Se for um desenho que ele seja branco – tão intenso o que sinto.

Eterno é o momento quando ele me beija por dentro.

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